O número de mortos no desabamento de uma escola religiosa nas proximidades da capital do Haiti na sexta-feira subiu para 75, de acordo com novo balanço divulgado neste sábado (8) pela Defesa Civil.
O acidente deixou também ao menos 124 feridos, que estão sendo socorridos em vários hospitais da região. A maior parte das vítimas é formada por adolescentes. Muitos permanecem desaparecidos e os trabalhos de resgate continuam.
O acidente ocorreu no colégio católico "La Promesse", em Petion Ville, na periferia leste de Porto Príncipe. Havia cerca de 700 pessoas no prédio, entre crianças, adolescentes e professores, na hora do desabamento. Os alunos estavam nas salas de aula ou no pátio do colégio.
O presidente do Haiti, René Préval, foi ao local para dar apoio aos parentes das vítimas. Centenas de pessoas trabalham no resgate dos feridos que ainda estão sob os escombros.
A polícia haitiana informou que os primeiros 27 cadáveres foram achados entre os escombros do centro de ensino e levados para o Hospital da Universidade Federal do Haiti. A organização Médicos Sem Fronteiras disse que outros seis corpos passaram por seus centros de atendimento.
No local da tragédia, vários pais ainda buscam informações sobre seus filhos. No local, havia um jardim-de-infância e aulas de primeiro e segundo graus. Moradores afirmaram que a escola foi reconstruída de maneira precária, depois de ter desabado há sete anos.
Doação de sangue
A Cruz Vermelha pediu à população que doe sangue para ajudar os feridos. Policiais e soldados das tropas de paz da ONU estão no local ajudando no resgate dos feridos. "É como um terremoto", disse o general brasileiro Carlos do Santos Cruz, comandante das tropas da ONU no Haiti.
Michaele Gedeon, presidente da Cruz Vermelha haitiana, disse que há necessidade urgente de equipamentos pesados para as buscas e o resgate de sobreviventes. O governo dos Estados Unidos afirmou que enviará especialistas e cães para auxiliar no resgate. A República Dominicana também prometeu enviar helicópteros.
Há atualmente no Haiti mais de 9 mil soldados e policiais estrangeiros, enviados para conter a turbulência política que se seguiu a uma rebelião em 2004. O país tem escassez de equipamentos de resgate, e ainda sofre com a destruição provocada por uma série de quatro tempestades e furacões neste ano, que mataram mais de 800 pessoas e destruíram 60% das lavouras.
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