Pelo menos nove pessoas morreram em decorrência do desabamento de um túnel localizado a 80 km ao oeste de Tóquio, na manhã de domingo (local), segundo informações da polícia publicadas pela imprensa local.
Os corpos de cinco pessoas que haviam ficado presas em seu veículo em chamas no túnel de Sasago, um dos maiores do Japão (4,7 km), foram resgatados carbonizados, informou a agência nacional de gestão de fogo e de catástrofes naturais.
A sexta vítima foi um motorista que foi retirado de seu caminhão, mas morreu no hospital, informou a agência Jinji Press.
A agência de notícias Kyodo informou nesta segunda-feira mais três mortes na tragédia, um homem e duas mulheres, todos idosos, que estavam no mesmo veículo.
Partes de concreto do teto do túnel caíram sobre a via, informou a agência em comunicado.
As operações para socorrer os motoristas haviam sido interrompidas devido aos riscos de um novo desabamento da obra fragilizada, mas foram retomadas durante a tarde, conforme observou uma jornalista da AFP.
Ainda não se sabem os motivos do incidente, ocorrido às 08H00 de domingo local (23H00 GMT de sábado; 21H00 de sábado em Brasília), quando cerca de 50 metros do túnel Sasago vieram abaixo.
Segundo os bombeiros, dois veículos foram esmagados por blocos de cimento e um terceiro pegou fogo. As chamas teriam sido controladas às 11H00 (02H00 GMT; 00H00 de Brasília).
Ao menos duas mulheres ficaram feridas e foram hospitalizadas, disse o chefe dos bombeiros da prefeitura de Yamanashi.
"Estavam conscientes. Uma delas, de 28 anos, teve feridas na cabeça, rosto e mãos.
Tomohiro Suzuki, de 37 anos, relatou as cenas de pânico em pleno túnel, onde os motoristas circulavam em sentido contrário, com a esperança de sair o mais rápido possível. O homem reuniu sua esposa Nishiki e seus filhos de seis e nove anos e juntos começaram a caminhar em direção à luz.
"Ficava me perguntando se o fogo iria nos alcançar. Tentava antes de tudo salvar meus filhos", disse Suzuki à agência Jiji. A família caminhou por uma hora até conseguir sair ao ar livre.
De acordo com a polícia, um caminhoneiro foi o primeiro a pedir ajuda a um colega do interior do túnel e uma ambulância se dirigiu ao local.
A parte que cedeu, segundo a polícia, fica próxima ao centro do túnel.
Um jornalista da rede de TV pública NHK estava no túnel no momento do acidente, indo em direção a Tóquio.
"Consegui sair do túnel, mas vários veículos não muito distantes de mim ficaram presos em seu interior. Pude ver fumaça negra e chamas", disse.
A NHK divulgou imagens feitas de dentro do túnel nas quais era possível ver uma ambulância e socorristas em meio a uma fumaça espessa iluminada pelas luzes dos veículos.
"O sistema de ventilação do túnel não está funcionando bem, não se vê nada a mais de um metro", disse à AFP Kazuya Tezuka.
Fora do túnel, do lado que dá direção a Tóquio, caminhões de bombeiros estavam estacionados e também se podia ver dezenas de pessoas a pé, que esperavam no acostamento.
Uma jovem de 28 anos que conseguiu escapar declarou que estava sem notícias de outros cinco passageiros do micro-ônibus no qual ela estava.
Um homem de aproximadamente 30 anos disse em entrevista à NHK que estava presente no local na hora do acidente e que saiu do carro e caminhou uma hora até chegar à saída do túnel.
O túnel, que atravessa contornos próximos ao monte Fuji, fica na movimentada autoestrada de Chuo, que liga Tóquio ao oeste e ao centro do país.
Japão vai inspecionar túneis após tragédia
O ministério dos Transporte japonês ordenou nesta segunda-feira a inspeção dos túneis das vias expressas construídos de acordo com o mesmo modelo da passagem que desabou parcialmente no domingo, uma tragédia que matou nove pessoas.
O governo nipônico prometeu uma análise minuciosa e informou que provavelmente serão necessários investimentos significativos nas infraestruturas das estradas, que assim como túnel que desabou domingo, foram construídas durante o período de forte crescimento econômico dos anos 1950 a 1970.
"Nós suspeitamos que a idade é uma das primeiras causas possíveis", declarou uma fonte da empresa Nexco, que administra a área do acidente, a 80 km de Tóquio.
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