Nos próximos dias, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, entrega sua carta de renúncia ao Departamento de Estado americano. O presidente eleito, Barack Obama, solicitou esse gesto aos cerca de 50 embaixadores que foram indicados politicamente pelo presidente George W. Bush.
Na entrevista a seguir, Sobel afirma pretende manter algum tipo de ligação como setor privado.
O que pode mudar no relacionamento dos EUA com o Brasil no governo de Barack Obama?
Clifford Sobel É muito cedo ainda para se falar em mudança. Eu gostaria de usar outras duas palavras: ampliação e aprofundamento desse relacionamento. E acho que temos muitas probabilidades disso. Creio que no governo Obama veremos uma continuação.
Cada vez se fala mais numa parceria para valer no setor energético. Há realmente um interesse mútuo nisso?
Tive uma reunião fabulosa sexta-feira, aqui, com o vice-ministro (de Energia, do Brasil), Marcio Zimmermann. Falamos sobre biocombustíveis, energia nuclear, petróleo, energia solar. E chegamos a um acordo para criar grupos de trabalho para uma colaboração mútua nessas áreas.
Quais foram, a seu ver, as maiores realizações entre ambos os países ao longo do governo de George W. Bush?
Eu não seria capaz de escolher apenas uma, ou de ressaltar só uma. Fala-se muito em biocombustíveis, mas o fórum de executivos-chefes de empresas de ambos os países, e a parceria público-privada das maiores corporações que operam no Brasil e nos EUA são coisas importantes. Nós só temos esse fórum de executivos com a Índia e com o Brasil. Ele tem sido muito importante para desenvolver o nosso relacionamento.
Obama enviou telegrama aos cerca de 50 embaixadores americanos indicados politicamente por Bush, como o senhor, solicitando que coloquem o cargo à disposição até a posse dele. O senhor o recebeu?
É tradicional que se submeta a renúncia nesses casos, e aí o presidente resolve o que quer fazer. Pretendo entregar minha renúncia nos próximos dias.
Gostaria de permanecer mais um pouco em Brasília?
Se ele me pedisse para ficar, eu ficaria. Estou muito satisfeito com os dois anos e meio que já passei no Brasil, e espero continuar tendo um relacionamento com o país seja como embaixador ou como um cidadão privado.
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