Uma mulher que sobreviveu ao desastre aéreo ocorrido esta semana em Madri disse neste sábado (23) que a aeronave se esforçou para ganhar altitude e que uma das asas envergou fortemente antes que o avião começasse a sacudir e caísse. Ligia Palomino Riveros, uma colombiana de 42 anos, contou à Associated Press que após problemas técnicos terem forçado o piloto a desistir de decolar na primeira tentativa, ela imaginou que a companhia aérea iria trocar as aeronaves.
Segundo ela, dois ônibus foram trazidos para perto do Spanair MD-82, cujo vôo era para as ilhas Canárias, e ela assumiu que eles iriam transportar os passageiros para outra aeronave, o que não ocorreu. Apenas 19 pessoas sobreviveram ao acidente da última quarta-feira no aeroporto de Madri, que matou 153 pessoas. Palomino Riveros, que quebrou uma perna e uma costela, estava viajando com seu marido Jose Flores, que também sobreviveu, e sua cunhada, que morreu. Cerca de 50 corpos foram identificados até agora. Muitos foram queimados impossibilitando o reconhecimento, e especialistas estão tendo que usar técnicas de DNA.
Palomino Riveros disse não ter ouvido nada que sugerisse que um motor explodiu, como vem sendo noticiado. A aeronave caiu, explodiu e se desintegrou na segunda tentativa de decolagem, após a Spanair ter tratado a pane inicial como um problema menor. Na segunda tentativa de decolagem, Palomino Riveros disse que o avião estava se movendo muito lentamente, mas que ainda assim conseguiu sair do solo. "Mas parecia que a asa tinha virado abruptamente. Nós íamos ainda muito devagar, muito perto do solo". Segundo ela, assim que ganhou mais altitude, a aeronave começou a pender de um lado para outro. Os jornais espanhóis noticiaram que depois dos problemas na primeira tentativa de decolagem alguns passageiros quiseram deixar a aeronave, mas a tripulação não permitiu.