O governo da Alemanha concordou em pagar, após um ano de duras negociações, pensões a cerca de 16 mil sobreviventes do Holocausto o genocídio contra os judeus europeus, entre 1939 e 1945 que vivem atualmente ao redor do mundo. A maioria dos sobreviventes eram crianças famintas que viviam nos guetos das cidades da Europa ocupada pelos nazistas, ou eram crianças forçadas a se esconder em diversos lugares para sobreviver.
O acordo entre o governo alemão e a organização não governamental Conferência das Reparações, sediada em Nova York, anunciado em 4 de dezembro, não é "sobre dinheiro é sobre o reconhecimento da Alemanha de que essas pessoas sofreram", disse Greg Schneider, vice-presidente executivo da organização. "Finalmente, essas pessoas estão tendo reconhecidos os horrores que sofreram quando eram crianças", acrescentou Schneider.
Dos beneficiados, 5 mil vivem nos EUA. Contudo, parte do acordo não reconhece imediatamente reparação aos sobreviventes que eram jovens judeus nascidos em 1938 ou a partir daquele ano.
A Alemanha agora pagará pensões a um total de 66 mil pessoas que sobreviveram aos campos de extermínio nazistas ou aos guetos, ou que tiveram de se esconder ou trocar de identidade para sobreviver até 1945.
Regras
De acordo com as regras, que entrarão em efeito a partir de 1.º de janeiro, qualquer judeu que passou pelo menos 12 meses em um gueto, ou então escondido ou vivendo sob uma identidade falsa, é elegível a receber uma pensão mensal de 300 euros (ao redor de US$ 375). Para países do antigo bloco soviético, a pensão mensal é de 260 euros.
Até agora, o tempo mínimo exigido era que a pessoa tivesse vivido pelo menos 18 meses em um gueto.
A Alemanha também concordou em oferecer pensões àqueles que têm 75 anos ou são mais velhos e passaram três meses nos guetos, como um que existiu em Budapeste, capital da Hungria, entre novembro de 1944 e janeiro de 1945.
Guetos
Os alemães estabeleceram cerca de mil guetos para os judeus enquanto a liderança nazista deliberava em Berlim a "Solução Final" um plano para matar todos os judeus da Europa. Alguns guetos existiram por apenas alguns dias, enquanto outros por meses ou anos, antes que os moradores fossem todos executados e enterrados em valas coletivas, ou deportados aos campos de extermínio.
Mais de 400 mil pessoas foram forçadas a viver no gueto de Varsóvia, e centenas de milhares de outras foram confinadas em enclaves semelhantes em cidades do Leste Europeu.
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