Sobreviventes da balsa que virou na Tanzânia, matando ao menos 192 pessoas, disseram que a embarcação estava superlotada e parecia ter problemas antes mesmo de iniciar a viagem.
Aze Faki Chande, mulher de 27 anos que perdeu seus dois filhos e a irmã no acidente, disse que a balsa virou por volta da 1 da manhã (horário local), quando muitos passageiros estavam dormindo.
"A balsa estava claramente com problemas mesmo antes de começar a viagem... Ela pendia para um lado", disse Chande à Reuters, no hospital Mnazi Mmoja.
A balsa ia de Zanzibar a Pemba, levando ao menos 800 passageiros e carga.
Chande disse que estava dormindo em sua cabine com o filho de seis anos, a filha de quatro e sua irmã quando as fortes correntes do mar sacudiram a embarcação, que começou a afundar.
Ela e um grupo de sobreviventes conseguiram se segurar em um único colete salva-vidas durante cerca de sete horas no mar, até serem resgatados pela manhã.
Médicos no hospital Mnazi Mmoja disseram que muitos dos sobreviventes estavam desidratados e machucados.
Mohamed Mussa Said, outro sobrevivente, disse à Reuters que a embarcação estava superlotada.
"Havia muitos a bordo e estava cheio de carga. Alguns dos meus parentes que estavam comigo ainda estão desaparecidos", disse, antes de juntar-se a outras pessoas que procuravam, em Maisara, identificar corpos separados entre mulheres, homens e crianças.
Os corpos estavam embalados em cobertores pretos, sendo identificados apenas por números e sexo. As roupas estavam ao lado dos corpos para ajudar os parentes a identificar as vítimas.
Quase 200 corpos foram retirados até agora, e mais de 600 pessoas foram resgatadas da balsa, que tinha licença para carregar apenas 600 pessoas.
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