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Em pesquisa, candidato independente à presidência americana Robert F. Kennedy Jr. apareceu com 9% a 12% da preferência do eleitorado em seis estados-pêndulos
Em pesquisa, candidato independente à presidência americana Robert F. Kennedy Jr. apareceu com 9% a 12% da preferência do eleitorado em seis estados-pêndulos| Foto: EFE/EPA/ERIK S. LESSER

Um azarão com um dos sobrenomes mais poderosos da história dos Estados Unidos tem chances quase nulas de ser eleito na disputa presidencial de novembro, mas pode ser decisivo para o resultado final ao tirar votos do presidente democrata Joe Biden ou do seu grande adversário, o republicano Donald Trump.

Robert F. Kennedy Jr., de 70 anos, é sobrinho do ex-presidente John Kennedy e filho do ex-procurador-geral e ex-senador Robert Kennedy, ambos assassinados na década de 1960.

Democrata até 2023, decidiu concorrer de forma independente à presidência dos Estados Unidos ante a postura do seu ex-partido de praticamente não considerar alternativas a Biden.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo jornal The New York Times mostrou que RFK Jr., como é conhecido, ostenta porcentagens entre 9% e 12% da preferência do eleitorado em seis estados-pêndulos (aqueles onde nunca está claro se republicanos ou democratas vão ganhar e que, portanto, são decisivos na eleição): Nevada, Pensilvânia, Arizona, Geórgia, Michigan e Wisconsin.

Nada que vá tirar a vitória de Biden ou Trump nesses estados, mas, numa disputa acirrada, pode custar votos fundamentais para um dos dois grandes partidos americanos. O caso mais clássico de candidato independente que influenciou a disputa foi o de Ross Perot, que na eleição americana de 1992, obteve 19% dos votos – muitos analistas consideraram que essa porcentagem significativa pode ter impedido a reeleição de George H.W. Bush.

A dúvida que fica é: Kennedy vai atrair mais eleitores que poderiam votar nos democratas ou nos republicanos?

Uma pesquisa divulgada em abril pela NBC News indicou que Trump pode ser mais prejudicado. Num levantamento nacional, sem divisão por estados, o ex-presidente republicano teve 46% contra 44% de Biden quando foram oferecidos apenas os nomes dos dois como opções aos entrevistados.

Entretanto, num leque ampliado para cinco candidatos, Biden apareceu à frente, com 39%, seguido por Trump, com 37%, e Kennedy, com 13% (os outros nomes foram Jill Stein, com 3%, e Cornel West, com 2%).

Isso porque, quando Kennedy apareceu como opção, Trump foi mais prejudicado: de acordo com a NBC News, 15% dos entrevistados que escolheram o republicano na simulação apenas com Biden como adversário optaram por Kennedy no cenário com cinco candidatos, enquanto apenas 7% dos que escolheram inicialmente Biden mudaram para RFK Jr. na segunda simulação.

Isso provavelmente acontece porque Kennedy defende algumas pautas que agradam parte importante do eleitorado republicano, como o ceticismo sobre as vacinas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias durante a pandemia e a não interferência estatal a respeito de postagens nas redes sociais.

Em 2021, ele chegou a ter sua conta suspensa pelo Instagram, que o acusou de “compartilhar repetidamente alegações desmentidas sobre o coronavírus ou vacinas”. RFK Jr. acusou Biden de pressionar as grandes redes sociais para que ele fosse bloqueado.

Na semana passada, Kennedy apresentou uma ação judicial em um tribunal da Califórnia na qual alegou que um curta-metragem biográfico sobre sua vida e ativismo ambiental chamado “Quem é Bobby Kennedy?” foi censurado no Facebook e no Instagram após o lançamento, em 3 de maio.

Um ponto a ser considerado, entretanto, é que RFK Jr. tem sido mais incisivo nas críticas a Biden do que a Trump – com o atual presidente já patinando nas pesquisas de avaliação sobre seu mandato, a presença de dois adversários fortes desgastando sua imagem pode complicar ainda mais sua situação.

“Posso argumentar que o presidente Biden é a pior ameaça à democracia, e a razão para isso é que o presidente Biden é o primeiro candidato da história, o primeiro presidente da história [americana] que usou as agências federais para censurar o discurso político, de modo a censurar seu oponente”, disse Kennedy à CNN em abril. (Com Agência EFE)

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