Um importante obstáculo para a volta de Dominique Strauss-Kahn à arena política na França foi retirado hoje, após a líder do Partido Socialista, Martine Aubry, dizer que a sigla pode remarcar suas primárias, para que o outrora candidato favorito possa retornar à disputa.
Em entrevista na noite de ontem, à emissora estatal France2, Aubry, que é pré-candidata, disse que, caso Strauss-Kahn decida se candidatar nas primárias, "ninguém deixará o calendário ficar no seu caminho".
Inicialmente, as primárias do partido ocorrem em outubro e os membros têm até 13 de julho para declarar suas candidaturas. Porém, a próxima audiência no caso de Strauss-Kahn nos Estados Unidos ocorre apenas em 18 de julho, cinco dias depois. As eleições internas estão marcadas para 9 de outubro, com um segundo turno na semana seguinte caso nenhum candidato obtenha maioria na primeira votação.
Outros candidatos das primárias, entre eles François Hollande e Ségolène Royal, que perdeu para o presidente Nicolas Sarkozy em 2007, disseram no final de semana estar dispostos a adiar a disputa para Strauss-Kahn participar.
Há divisão entre os eleitores franceses sobre a possibilidade de retorno de Strauss-Kahn à política, segundo uma pesquisa divulgada ontem pelo jornal Le Parisien. A sondagem feita pela internet, realizada pela agência Harris Interactive com 1 mil adultos, aponta que 49% das pessoas defende o retorno dele, enquanto 45% pensam que isso não deveria ocorrer.
Então diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Strauss-Kahn era apontado como favorito nas pesquisas para bater Sarkozy no ano que vem. Porém ele foi acusado, em maio, de crimes sexuais contra uma camareira em um hotel de Nova York, e acabou renunciando de seu posto no FMI. Na semana passada, porém a promotoria informou que há dúvidas sobre a credibilidade da camareira e Strauss-Kahn foi liberado da prisão domiciliar e de pagar fiança, ainda que o processo siga em andamento.
Mesmo após o nome de Strauss-Kahn deixar de ser cogitado pelo Partido Socialista, a sigla segue bem colocada nas pesquisas prévias às eleições presidenciais de 2012. A popularidade de Sarkozy está em baixa, com apenas 25% de apoio, segundo uma pesquisa TNS Sofres de 30 de junho. Já o apoio a Hollande e a Aubry ficou em 46% e 45%, respectivamente.
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