Bowe Bergdahl ficou emocionado ao saber que era procurado há anos pelas forças especiais dos Estados Unidos| Foto: Houndout/Reuters

Descanso

Segundo os pais de Bergdahl, que ainda não viram o filho, o soldado precisa agora de tempo para relaxar.

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O soldado norte-ameri­­cano que estava preso no Afeganistão viajou a um hospital militar na Alemanha ontem, domingo, após ter sido libertado em um acordo de troca por cinco militantes talibãs que foram soltos da prisão de Guantánamo, em Cuba.

Segundo autoridades norte-americanas, o sargento do exército Bowe Bergdahl foi mantido em cativeiro por cinco anos e sua libertação, ocorrida após anos de negociações, tornou-se possível após fações linha-dura do Talebã concordarem em entregá-lo.

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O secretário americano da Defesa, Chuck Hagel, disse esperar que a troca leve a avanços na reconciliação com os militantes. Ele negou acusações de alguns republicados de que a troca resultou de negociações norte-americanas com terroristas, afirmando que a operação foi feita pelo governo do Catar.

"Não negociamos com terroristas", disse Hagel em entrevista à NBC. "Como disse e expliquei anteriormente, o sargento Bergdahl era um prisioneiro de guerra. É um processo normal recuperar prisioneiros."

Segundo uma autoridade, Bergdahl, 28 anos, foi entregue por volta das 18 horas locais no sábado. As forças dos EUA, que voaram de helicóptero, ficaram no chão por poucos momentos, disse a fonte, que não informou o local da operação.

O Talebã disse que libertou Bergdahl perto da fronteira com o Paquistão no leste do Afeganistão. Uma fonte da Defesa norte-americana contou que Bergdahl ficou emocionado ao ser libertado, após ter sido entregue às forças especiais dos EUA.

"Uma vez que ele estava no helicóptero, escreveu em um papel: ‘SF?’", disse o oficial, referindo-se à abreviação de "forças especiais" em inglês. "Os oficiais responderam em voz alta: ‘Sim, estamos procurando você há um longo tempo’. Nessa hora, o sargento começou a chorar."

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Nunca Esquecido

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comemorou a libertação em uma aparição com os pais de Bergdahl, Bob e Jani, nos jardins da Casa Branca, afirmando que enquanto estava fora, o soldado "nunca fora esquecido".

Autoridades da Defesa dis­­seram que Bergdahl chegou ao hospital regional de Landstuhl, na Alemanha, e que posteriormente será transferido a outro centro hospitalar em San Antonio, no Texas.

Bergdahl, de Idaho, era o único soldado norte-americano desaparecido na guerra no Afeganistão, que começou logo depois dos ataques de 11 de setembro para forçar o Talebã, acusado de abrigar militantes da Al-Qaeda, a deixar o poder.

Ele foi capturado em circunstâncias desconhecidas no leste do Afeganistão em 30 de junho de 2009, cerca de dois meses depois de chegar ao país. Em troca da liberdade de Bergdahl, os EUA libertaram cinco militantes do Talebã detidos em Guantánamo. Uma fonte do Golfo confirmou que eles chegaram no domingo a Doha, capital do Catar, que aceitou intermediar as negociações.

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Eles não estão autorizados a deixar o Catar por um ano, acrescentando que suas famílias voaram do Afeganistão.