Soldados bloquearam estradas que dão acesso a pelo menos 22 embaixadas ocidentais neste domingo (4), depois de uma advertência dos Estados Unidos de um possível grande ataque terrorista no Oriente Médio, que levou ao fechamento de muitas missões diplomáticas no Iêmen e missões dos EUA em vários outros países árabes. A segurança no Iêmen, que abriga a ala mais ativa da al Qaeda, se tornou uma preocupação global, assim como nos países Península Arábica ao longo da fronteira com a Arábia Saudita, um aliado dos EUA e maior exportador de petróleo do mundo.
Nos distritos do leste de Sanaa, soldados iemenitas fecharam estradas ao redor das embaixadas britânica e dos EUA, disseram testemunhas, permitindo que apenas os moradores passassem após verificações rigorosas. Tropas com rifles automáticos faziam a segurança do lado de fora da embaixada francesa. "Há um alto nível de coordenação com o lado americano, e foram tomadas estas medidas devido a temores de ataques da al Qaeda", disse um oficial da segurança iemenita.
A embaixada francesa foi fechada no domingo, seguindo o exemplo da Grã-Bretanha e Alemanha, que fecharam suas missões depois que os Estados Unidos informaram que estavam fechando mais de uma dúzia de missões no Oriente Médio e na África.
A segurança também foi reforçada ao redor do Palácio Presidencial, em Sanaa, bem como perto da embaixada saudita no centro da capital do Iêmen, causando grandes engarrafamentos.
Carta interceptada fez EUA fecharem embaixadas e consulados
Uma carta que circulou entre líderes da al-Qaeda foi interceptada e gerou o alerta dos EUA sobre um possível ataque de extremistas a sedes diplomáticas no Oriente Médio e Norte da África. A informação foi obtida pela CNN, citando uma autoridade americana que falou sob condição de anonimato. Segundo a emissora, a mensagem continha planos de ataques que, combinados com o término do mês sagrado do Ramadã e com a fuga massiva de detentos na região, contribuíram para a decisão de fechar as sedes diplomáticas.
Reino Unido, Alemanha e França também selaram as portas de suas embaixadas e consulados no Iêmen neste domingo. A TV árabe al-Jazeera afirma que a Holanda também fechou sua representação no país. Especula-se que a medida seja mantida na segunda-feira e até pelo resto da semana. O governo iemenita enfrenta uma resistente presença de extremistas ligados a al-Qaeda, que aproveitaram as manifestações da Primavera Árabe e a queda do ditador Ali Abdullah Saleh para crescer no interior do país.
Ainda de acordo com a al-Jazeera, o Canadá também indicou que iria fechar sua embaixada em Daka, capital de Bangladesh.
Foram fechadas preventivamente a embaixada e os dois consulados americanos no Iraque e Arábia Saudita, assim como a embaixada e o consulado nos Emirados Árabes Unidos e as embaixadas na Líbia, Iêmen, Argélia, Jordânia, Egito, Djibuti, Bangladesh, Catar, Afeganistão, Sudão, Kuwait, Barein, Omã e Mauritânia.