Soldados do Burundi mataram nesta terça-feira 18 homens armados em um duro confronto, segundo uma autoridade do governo. O enfrentamento fez ressurgir o temor de que uma nova rebelião possa irromper no país, situado na África central.
O Burundi passou por um período de relativa tranquilidade desde que um grupo rebelde hutu, as Forças para a Liberação Nacional, depôs as armas e ingressou no governo em 2009, depois de quase duas décadas de guerra civil.
Mas os ataques contra civis e soldados se intensificaram desde as eleições do ano passado, as quais foram amplamente boicotadas pela oposição.
Analistas dizem que os recentes confrontos entre forças de segurança do governo e ex-integrantes de grupos rebeldes podem levar uma insurgência de larga escala. As autoridades costumam atribuir os ataques a criminosos comuns.
O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, enfrenta crescente pressão para iniciar conversações com os líderes da oposição, que estão no exílio, para evitar o retorno da guerra civil.
Os últimos confrontos ocorreram na segunda-feira, na província de Cankuzo, no leste do país, perto da fronteira com a Tanzânia, disse uma autoridade local.
"Há um grupo de bandidos armados que atacou quatro províncias e saqueou várias residências. Mas forças de segurança foram informadas do ataque e intervieram a tempo, matando 18 deles", disse à Reuters o governador de Cankuzo, Jean Berchmans Niragira.
Um porta-voz militar, coronel Gaspard Baratuza, confirmou o incidente, mas não deu detalhes.
Um morador, que não quis identificar-se por medo de represálias, afirmou que os atacantes estavam armados com metralhadoras e foi possível ouvir várias explosões de granadas.
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