As forças especiais dos Estados Unidos foram instruídas a matar Osama bin Laden e a atirar seu corpo no mar para evitar que ele se tornasse um mártir, disseram funcionários de segurança nacional à Reuters na segunda-feira.

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"Foi uma operação para matar", disse uma das fontes. "Se ele tivesse agitado uma bandeira branca, teria sido levado vivo", afirmou o funcionário. Mas a premissa entre os envolvidos na operação era de que Bin Laden iria resistir. E assim foi.

De acordo com essa fonte, Bin Laden "participou" do tiroteio entre os militares dos EUA e residentes da mansão fortificada onde ele estava escondido, perto de Islamabad, no Paquistão.

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Esse funcionário não esclareceu se Bin Laden disparou pessoalmente contra os soldados, mas confirmou que, ao longo dos 40 minutos que a operação durou, os militares alvejaram o militante saudita na cabeça.

A ação resultou na morte de três outros homens e de uma mulher; nenhum norte-americano foi morto. John Brennan, principal assessor de contraterrorismo do presidente Barack Obama, disse que as autoridades norte-americanas acreditam que a mulher era uma das esposas de Bin Laden, e que ele a usou como escudo.

Brennan disse que os soldados estavam preparados para capturar Bin Laden vivo, mas sabiam que essa seria uma possibilidade remota.

A operação, segundo fontes militares, foi realizada por cerca de 15 soldados das forças especiais - todos, ou quase, da Seal (força especial da Marinha dos EUA para operações aéreas, marítimas e terrestres). De acordo com essas fontes, a equipe está sediada no Afeganistão.

Uma fonte oficial disse que a equipe incluía legistas encarregados de comprovar que Bin Laden havia sido capturado, além de recolher pistas que pudessem evitar atentados e levar a outros militantes.

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Duas fontes dos EUA disseram que o corpo de Bin Laden foi atirado ao mar horas depois do pronunciamento televisivo em que Obama anunciou, na Casa Branca, a morte do militante.

A decisão de jogá-lo no mar foi para evitar que seu túmulo se tornasse local de veneração para outros militantes islâmicos, segundo essas fontes.

Os funcionários que falaram à Reuters disseram que a operação foi possível graças a informações obtidas junto a militantes detidos pelos EUA, inclusive alguns que estão presos na base naval de Guantánamo.

Há cerca de dois anos, os serviços de inteligência dos EUA conseguiram descobrir o nome de um "garoto de recados" que trabalhava com Bin Laden e estaria operando perto de Islamabad.

Então, em agosto de 2010, os EUA localizaram o imóvel em Abbottabad onde o rapaz estaria morando, junto com parentes seus e uma outra grande família.

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Tratava-se de uma casa de luxo, e com ajuda de fotos de satélite a Agência Central de Inteligência (CIA) concluiu que o local tinha recursos de segurança excepcionais - como muros altos com arame farpado - e que seus ocupantes tomavam precauções exageradas.

No começo deste ano, acrescentaram as fontes, a CIA já tinha uma "alta confiança" de que um alvo "de alto valor", possivelmente o próprio Bin Laden, se escondia naquela mansão. Um funcionário disse, no entanto, que nunca houve "cem por cento" de certeza.