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Soldados dispararam contra uma multidão, nesta segunda (28), em um estádio onde manifestantes realizavam um protesto contra o líder de um golpe no país, matando pelo menos 10 pessoas. Um repórter da agência "Associated Press" testemunhou as mortes. Os partidos da oposição organizaram o protesto no principal estádio de futebol da capital Conacri, reunindo aproximadamente 50 mil pessoas. "Nós queremos democracia de verdade", gritavam eles. Soldados da guarda presidencial invadiram o estádio e dispararam contra a multidão.

As tensões cresceram no país, em meio aos rumores de que o líder militar, capitão Moussa "Dadis" Camara, pode concorrer nas eleições presidenciais de 31 de janeiro. Camara subiu ao poder em dezembro, horas após o ditador Lansana Conté morrer. Camara inicialmente disse que não concorreria, mas agora diz que tem esse direito, se quiser.

A comunidade internacional já cortou auxílio e suspendeu a Guiné da União Africana desde o golpe. "Nós estamos prontos para dar nossas vidas a fim de garantir que os militares não governem mais o país", afirmou o ex-primeiro-ministro Sidya Toure, que foi preso nesta após deixar o local. Autoridades também prenderam outro ex-primeiro-ministro, Cellou Diallo

Desde obter sua independência há meio século da França, Guiné não consegue sair de seu quadro de miséria. A população local está entre as mais pobres do mundo, apesar de o solo guineano ter diamantes, ouro, ferro e metade das reservas de matérias-primas para a produção de alumínio do mundo.

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