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Registro do interior da Usina de Chernobyl, na Ucrânia.
Registro do interior da Usina de Chernobyl, na Ucrânia.| Foto: EFE/EPA/OLEG PETRASYUK

A usina nuclear de Chernobyl não sofreu grandes danos durante a ocupação russa de quatro semanas. Mas, de acordo com autoridades ucranianas, os soldados russos que a invadiram foram expostos à radiação, principalmente ao cavar trincheiras na zona contaminada.

A usina, que é o local do maior desastre nuclear da história, em 1986, quando um de seus reatores explodiu, foi liberada nesta quinta-feira (31) durante a retirada das forças russas da área ao norte de Kiev.

“Todos os sistemas de controle e monitoramento de radiação estão operando normalmente”, disse o diretor da usina, Valery Seida, citado em um comunicado de imprensa da agência ucraniana de energia atômica Energoatom. Os soldados russos levaram cinco dos 15 contêineres de peças de reposição para a fábrica, conforme disse o diretor.

Mas os soldados talvez não tenham tido consciência do risco que corriam ao invadir e roubar a usina. "Nesta zona proibida fortemente contaminada pelo desastre de 1986, eles foram expostos a provavelmente grandes doses de radiação. A poeira espessa e as partículas radioativas podem facilmente ter penetrado no corpo dos russos pelos pulmões”, disse Seida.

"Eles parecem ter cavado trincheiras na área mais contaminada. Portanto, é perfeitamente possível que eles tenham sofrido considerável contaminação por radiação”, declarou o diretor, conforme divulgou a agência nuclear ucraniana, Energoatom.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kouleba, denunciou a "irresponsabilidade" de Moscou em uma declaração à imprensa em Varsóvia. "A Rússia tem sido irresponsável, desde a recusa em permitir que o pessoal da fábrica desempenhe plenamente suas funções, até a abertura de valas na área contaminada", disse ele. "O governo russo terá de responder às mães, irmãs e esposas dos seus soldados", completou o ministro.

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