Soldados saúdam o presidente Obama (em primeiro plano, fora de foco) no Fort Bragg, condado de Cumberland, na Carolina do Norte| Foto: Jim Watson/AFP

Palestina

350 mil celebram o aniversário do movimento islamita Hamas

AFP

O chefe de governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, prometeu ontem dar prosseguimento à "resistência", até a libertação de todos os territórios palestinos, durante manifestação que reuniu 350 mil pessoas, no centro da cidade de Gaza, para marcar o 24º aniversário de fundação do movimento islamita.

"A resistência e a luta armadas são o caminho e a opção estratégica para libertar a terra palestina, que vai do Mediterrâneo ao Rio Jordão, e expulsar os invasores israelenses", afirmou Haniyeh. Em comunicado, as brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, assumiram, paralelamente, a responsabilidade por mais de 11 mil foguetes e morteiros disparados contra Israel desde sua criação, matando 1.365 israelenses e ferindo 6.411.

A concentração anual contou com pelo menos 350 mil membros e simpatizantes do Hamas – cujo acrônimo, em árabe, significa "Movimento da Resistência Islâmica" – na Praça de Katiba, segundo os organizadores, em meio a milhares de bandeiras verdes.

Também foram agitadas bandeiras egípcias e turcas, os dois países mais populares junto aos dirigentes em Gaza. O Hamas "marcha, paralela e simultaneamente, no caminho do apelo à jihad [guerra santa]", disse Haniyeh, destacando que "é a melhor resposta àqueles que imaginam ou dizem que o Hamas renunciou ao confronto e à resistência".

Citando as revoluções árabes, advertiu que o Hamas "não é um movimento passageiro, quer esteja no cenário palestino ou fora dele (...) ou que tenha conseguido se eleger por acaso, e que seria possível mudar tudo isso com novas eleições".

O Hamas saiu vitorioso nas mais recentes eleições legislativas palestinas, em janeiro de 2006, e passou a controlar a Faixa de Gaza em junho de 2007, derrotando o movimento rival do Fatah na região.

O chefe do Hamas, Khaled Mechaal, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciaram no dia 24 de novembro, no Cairo, terem concluído uma "parceria", destinada a finalizar a reconciliação palestina. Foi o primeiro encontro entre os dois dirigentes desde a assinatura de um acordo surpresa entre o Fatah e o Hamas, que controlam as zonas autônomas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

O essencial do acordo não foi aplicado até agora e prevê, principalmente, a organização de eleições em maio de 2012.

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"Nossos esforços no Iraque oscilaram muito. Foram uma fonte de grande controvérsia aqui, mas houve uma constante: o patriotismo e o compromisso de completar a missão."

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, participou ontem de cerimônia militar em que anunciou o fim da Guerra do Iraque, nove anos depois da invasão planejada por George W. Bush, e destacou que o resultado da estratégia é um país estável.

Desde que assumiu o poder, esta foi a primeira viagem de Obama à base militar de Fort Bragg, no condado de Cumberland, na Carolina do Norte.

No discurso em um hangar lo­­tado de militares cercado de boinas vermelhas da 82.ª divisão aerotransportada, Obama procurou evitar a ideia de "missão cumprida" anunciada por Bush dois meses depois do início da guerra, em março de 2003, quando o conflito estava longe de terminar.

Recebido pelos soldados e suas famílias, Obama não poupou agradecimentos às tropas pelo "trabalho extraordinário" realizado no Iraque.

Em outubro, o presidente decidiu que as tropas sairiam do Iraque antes de 31 de dezembro, reconheceu que o país árabe "não é um lugar perfeito" e tem muitos desafios pela frente, mas ressaltou que conseguiu "um governo representativo eleito por seu povo".

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Para Obama, graças aos avanços no Iraque, as tropas dos EUA poderão sair do Afeganistão em 2013 depois de deixar os terroristas da Al-Qaeda sem um lugar para se refugiar e de tirar Osama bin Laden da face da Terra. O líder da Al-Qaeda foi assassinado em uma operação militar, no Paquistão.

A polêmica invasão do Iraque foi planejada pelo governo Bush com o apoio obtido na Cúpula dos Açores dos governos de Tony Blair (Reino Unido), José María Aznar (Espanha) e José Durão Barroso (Portugal), mas sem o aval da ONU.

As operações começaram em março de 2003 e, dois meses depois, Bush proferiu um discurso no porta-aviões Abraham Lincoln sobre a "missão cumprida" no Iraque, após ter tomado o controle de Bagdá.

Nove anos depois, Obama, que ganhou a Presidência com a promessa de sair do Iraque, concentrou o discurso no agradecimento às tropas por seu sacrifício. Ao todo, cerca de 4,5 mil soldados americanos e mais de 100 mil iraquianos morreram durante a Guerra do Iraque.

"Nossos esforços no Iraque oscilaram muito. Foram uma fonte de grande controvérsia aqui, mas houve uma constante: o patriotismo e o compromisso de completar a missão", disse Obama.

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Ele homenageou os soldados que morreram na guerra, tanto em incursões pelo deserto para tomar Bagdá quanto por causa de ações das forças insurgentes, dos francoatiradores e dos ataques suicidas.

"Vocês, a geração do 11 de Setem­­bro, ganharam um lugar na história", disse Obama, ao destacar que eles lutaram para que os iraquianos tivessem a oportunidade de forjar seu próprio destino, um sacrifício "não por território ou recursos, mas porque é o correto".

A saída do Iraque marca o fim de um conflito que o governo de Bush justificou com acusações de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa. Acusações que nunca foram pro­­vadas.