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Impacto

Solo se moveu o esperado para 130 anos

O terremoto da última sexta-feira provocou no Japão, de uma só vez, um deslocamento de território esperado para ocorrer naturalmente ao longo de 130 anos. Se­­gundo especialistas, o solo da principal ilha japonesa chegou a se mover 4 metros em razão do forte tremor – a cada ano, sem abalos sísmicos, o deslocamento médio é de 3 centímetros. No entanto, tal alteração, apesar de brusca, não deve implicar consequências graves.

De acordo com o chefe do Obser­­vatório Sismológico da Uni­­ver­­sidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, o deslocamento de­­ve, no máximo, demandar uma le­­ve correção de cartas náuticas e das coordenadas de aparelhos de localização por satélite, como o GPS.

"As partes que se movimentaram têm agora outra posição", aponta. "Imagine que você está sentado à sua mesa conversando com um colega ao lado. Se um grande terremoto ampliar uma falha geológica entre as duas cadeiras, você vão continuar na mesma cadeira, mas mais distantes um do outro."

A necessidade de atualização das coordenadas japonesas, no entanto, chega a ser insignificante, diz Jesus Berrocal, ex-professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP). Assim como, diz ele, não há implicação nenhuma no fato de o terremoto ter deslocado o eixo da Terra em 10 centímetros.

"Claro que uma pancada desse tamanho causa uma mudança na rotação do planeta, mas é muito pequena. Ainda mais se você considerar todo o tamanho da Terra – são cerca de 6 mil quilômetros de raio –, 10 centímetros não são nada", avalia Berrocal.

Dia mais curto

Uma vez que o raio do planeta diminuiu, diminuiu também o tempo que leva para a Terra dar uma volta em torno de si mesma. Consequentemente, o dia fica mais curto, mas isso também é algo imperceptível e sem quaisquer consequências graves, dizem os especialistas. No caso do terremoto japonês, o dia ficou 1,6 microssegundo mais rápido, sendo que um microssegundo é equivalente a um milionésimo de segundo. "É uma coisa muito pequena, insignificante", pondera o professor Barros. "Ainda assim, existe muita especulação em relação a essas informações."

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