O novo enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) à Síria, Lakhdar Brahimi, disse ontem ser quase impossível resolver a crise política no país, que vive confrontos entre governo e oposição há um ano e meio.
Em entrevista à emissora de televisão britânica BBC, ele qualifica seu trabalho como muito difícil, especialmente devido à escalada de violência entre forças rebeldes e leais ao ditador Bashar Assad.
"Chego a esse trabalho com os olhos abertos, sem ilusões. Sei como é difícil, quase impossível. Não posso dizer que é impossível, mas quase impossível", disse o diplomata argelino.
Brahimi disse estar assustado com a responsabilidade que lhe é atribuída na crise e a cobrança do mundo.
"As pessoas dizem que existem mortos e perguntam: O que você está fazendo? E não estamos fazendo muito. Isso em si mesmo é um peso terrível", disse.
O mediador chamou o regime sírio de intransigente em relação à escalada da violência e disse que há uma paralisia no Conselho de Segurança da ONU, especialmente depois dos três vetos de China e Rússia a resoluções destinadas a pressionar Damasco.
O diplomata afirmou que espera manter o plano de paz proposto por seu antecessor, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em abril.
A proposta pede o fim da violência de todos os lados e a retirada de tropas das áreas urbanas.