Londres - A Somália ultrapassou o Iraque e se transformou no país com o maior risco de sofrer ataques terroristas, segundo ranking da empresa de consultoria global Maplecroft.
O novo Índice de Risco de Terrorismo mostra ainda ameaça crescente na Rússia, Grécia e Iêmen, mas menor na Índia e na Argélia. O Brasil fica na 64ª posição, no grupo de países com baixo risco.
A Maplecroft afirmou que, entre junho de 2009 e junho de 2010, período em que o ranking foi elaborado, a Somália sofreu 556 incidentes terroristas que deixaram 1.437 mortos e 3.408 feridos.
"A Somália é o país do mundo com o maior número de mortos por terrorismo em proporção à sua população, tendo superado o Iraque e Afeganistão em número de mortos por ataque terrorista", ralatou a consultoria.
A principal ameaça, afirma, vem do grupo islâmico Al-Shabaab, que reivindicou vários ataques suicidas a bomba, incluindo o ataque em fevereiro de 2009, que matou onze soldados de Burundi na missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
O mais recente índice diz que o aumento do perigo verificado na Somália e no Iêmen (9.º colocado) se deve à violência ligada à rede terrorista Al-Qaeda, enquanto os riscos na Rússia (10.ª) estão relacionados a ataques de separatistas no norte do Cáucaso.
O Iêmen caiu 13 posições no ranking e entrou, pela primeira vez, na categoria de "risco extremo" com 109 ataques entre junho de 2009 e junho de 2010. O documento cita entre as ameaças a colocação de explosivos em aviões de carga que voaram do país para os EUA, no mês passado. Os pacotes-bomba, que deveriam explodir no ar, foram interceptados no Reino Unido e em Dubai.
Mas a maior mudança no ranking ficou por conta da Grécia, que passou do 57.º para o 24.º lugar, superou a Espanha e tornou-se o país europeu de maior risco. A consultoria atribuiu a tendência a grupos de esquerda e anarquistas violentos.
A consultoria britânica leva em conta os riscos de atentados, a intensidade da violência (em número de vítimas por incidente), o histórico de extremismo do país e as ameaças feitas contra ele. Considera ainda se o país está sob risco de um grupo militante que opera historicamente em seu território.
Carros-bomba
No mesmo dia em que foi divulgado o índice de risco de ataques terroristas, ao menos três pessoas morreram e outras 27 ficaram feridas em atentados separados no Iraque, incluindo a explosão de carros-bomba contra funcionários de um presídio.
Dois carros-bomba explodiram quase simultaneamente perto do prédio onde moram os funcionários do presídio de Badush, localizado a oeste da cidade de Mossul. Duas pessoas morreram, o comandante do presídio, o coronel Hussein Al Jibouri, e seu guarda-costas.
Al Jibouri estava indo para o trabalho quando foi atingido pela explosão, que feriu ainda outras 16 pessoas, a maioria guardas de Badush, menor apenas do que a de Abu Ghraib e que abriga membros de grupos terroristas como a Al-Qaeda.
Na capital Bagdá, vários atentados a bomba contra forças de segurança deixaram ao menos um policial morto e sete pessoas feridas, entre elas três policiais.
Fontes da polícia e dos hospitais locais disseram que o policial morreu quando uma bomba colocada a beira da estrada atingiu uma viatura. Outros dois policiais e um pedestre ficaram feridos na explosão.