A Somália ofereceu nesta terça-feira anistia aos militantes que ainda combatem na capital, Mogadíscio, três dias depois de o presidente do país, xeque Sharif Ahmed, ter declarado vitória sobre o grupo insurgente al Shabaab, que retirou da cidade a maioria de seus combatentes.
Foi a primeira vez que o governo interino -- que vem tendo dificuldades para suprimir a rebelião islamista, iniciada há quatro anos -- propôs imunidade a todos os militantes da al Shabaab.
"O Governo Federal de Transição da Somália ofereceu uma anistia geral para os insurgentes que ainda permanecem em Mogadíscio caso se entreguem e renunciem à violência", disse um comunicado das autoridades.
Alguns especialistas dizem que a retirada da al Shabaab apenas estendeu o controle do governo para alguns distritos da capital que estavam nas mãos dos rebeldes, mas de pouco adiantará para promover uma paz factível no restante desse país em estado de anarquia. Além disso, pode ser o prenúncio de uma nova onda de ataques inspirados na rede al Qaeda.
A força de paz da União Africana, integrada por 9 mil soldados e conhecida como Amisom (sigla em inglês), pediu um reforço de mais 3 mil militares para ajudar na segurança das áreas das quais o grupo al Shabaab se retirou.
A ONU autorizou a presença de uma força-tarefa de até 12 mil soldados.
TROCA DE TIROS
Há o receio de que os chefes dos vários grupos em luta preencham o vazio de poder deixado com a saída da al Shabaab. A anistia oferecida pelo governo não parece incluir os combatentes de fora da capital.
A al Shabaab, grupo afiliado à rede al Qaeda, controla boa parte do sul da Somália, onde 2,8 milhões de pessoas enfrentam a fome por causa da seca e do conflito.
O grupo qualificou como "tática" sua retirada de Mogadíscio e afirmou que sua violenta campanha para derrubar o governo, apoiado pelo Ocidente, vai continuar.
Houve combates durante toda a noite em pelo menos dois bairros no norte de Mogadíscio.
O presidente somali chegou nesta terça-feira à Tanzânia, onde iria manter conversações com o presidente Jakaya Kikwete. Não foram divulgados detalhes sobre o teor do encontro.
Ahmed esteve antes em Uganda e Djibuti para estimular a distribuição de ajuda alimentar dentro da Somália e assim conter o êxodo de refugiados para o Quênia e a Etiópia.
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