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A Somália pediu neste sábado (13) a criação de uma força especial humanitária para proteger os comboios de ajuda alimentar e os acampamentos no país do Chifre Africano, assolado pela fome. A maior parte dos rebeldes islâmicos se retirou da capital Mogadíscio no final de semana passado, mas a ameaça de ataques guerrilheiros como ataques-suicida continua apesar da derrota no campo de batalha. O governo e uma força de paz africana de 9 mil homens admitem que não têm o controle de toda a capital, mesmo após o recuo dos rebeldes, colocando em perigo os milhares de refugiados somalis que estão chegando para Mogadíscio em busca de comida. A retirada dos insurgentes do grupo filiado à Al Qaeda, a Al Shabaab, aumentou as esperanças de que os grupos humanitários conseguirão ampliar as entregas de ajuda depois de anos de obstrução pelo grupo militante. O primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohamed Ali, realizou uma coletiva de imprensa conjunta com Valerie Amos, coordenadora da ajuda humanitária de emergência da ONU, que estava visitando a capital. "Nos reunimos hoje com Valerie Amos... discutimos a atual situação humanitária na Somália e a melhor forma que podemos contribuir com a assistência humanitária para ajudar as pessoas", disse Ali. "Nós também levantamos a questão de criar uma força especial humanitária, com dois propósitos. O primeiro é assegurar e proteger o comboio de ajuda alimentar, (e o segundo, é) proteger os acampamentos e estabilizar o país, combater o banditismo e os saques."

No começo desse mês, forças do governo dispararam e lutaram entre si enquanto alimentos fornecidos pelo Programa Alimentar Mundial e destinados às vítimas da fome eram saqueados no acampamento de Badbaado, próximo à cidade. No sábado, a polícia somali e outras tropas da União Africana disseram ter descoberto 137 bombas de artilharia em uma casa abandonada na capital. As bombas foram destruídas pelos soldados. Uma epidemia de cólera está se espalhando pelo país, principalmente entre pessoas que foram à capital por falta de comida e água. Cerca de 3,6 milhões de pessoas em Somália correm o risco de morrer de fome. Cerca de 12,4 milhões de pessoas no Chifre da África -- inclusive a Somália, o Quênia, a Etiópia e Djibouti -- foram prejudicados pela pior seca em décadas, segundo a ONU. Dezenas de milhares de pessoas já morreram. Amos deve visitar Dadaab no domingo, o maior campo de refugiados do mundo, que fica próximo à fronteira da Somália com o Quênia. Declarado lotado em 2008, o campo ainda recebe cerca de 1.500 refugiados somalis por dia desde o final de julho.

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