Aproximadamente 29 mil crianças menores de 5 anos morreram de fome nos últimos três meses na Somália, segundo estimativa divulgada pelo governo dos EUA.
A projeção foi feita a partir de pesquisas sobre nutrição e mortalidade analisadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Esse número pode se elevar ainda mais, pois segundo levantamento da ONU ao menos 640 mil crianças somalis estão desnutridas.
O surto de fome é resultado da pior seca dos últimos 60 anos que se abateu sobre a Somália e já se espalha pelo Chifre da África.
Segundo a ONU, aproximadamente 10 milhões de pessoas já foram atingidas na Somália, no Quênia, no Djibuti e na Etiópia.
A ONU declarou situação de fome na capital somali, Mogadíscio, e em outras cinco cidades próximas. Segundo estimativas da organização, o sul da Somália enfrenta uma situação de insegurança alimentar que também pode se transformar em fome, em seis semanas, caso o país não receba ajuda internacional.
A região sul é controlada atualmente pelo grupo extremista Al Shabab, supostamente aliado à rede Al-Qaeda, que afirma que não há surto de fome no país.
O grupo tem impedido a entrada e a atuação de organizações humanitárias, isolando uma região onde vivem 2,2 milhões de pessoas.
Ontem, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um apelo para que todos os militantes islâmicos baseados na Somália permitam a entrada no país de ajuda humanitária ocidental.
Ela afirmou que o grupo Al Shabab tem o "dever humanitário" de acabar com o bloqueio, principalmente durante o período do Ramadã, que começou nesta semana.