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Somos onde passamos as férias

Turistas nos Alpes austríacos; pesquisadores descobriram que os introvertidos preferem as montanhas e os extrovertidos, o mar | sean gallup/getty images
Turistas nos Alpes austríacos; pesquisadores descobriram que os introvertidos preferem as montanhas e os extrovertidos, o mar (Foto: sean gallup/getty images)

Como tiramos férias revela muito sobre nós, e isso vai além do clichê sobre como os americanos vivem para trabalhar e os europeus trabalham para viver —porque eles tiram um mês inteiro de férias no verão.

Psicólogos da Universidade da Virgínia conversaram com estudantes do ensino médio e descobriram que os introvertidos preferem as montanhas, enquanto os extrovertidos preferem o mar, relatou Arthur C. Brooks no “NYT”. Os pesquisadores também deduziram que aqueles que vivem em estados montanhosos são mais introvertidos do que os que vivem em áreas baixas.

Outra pesquisa mostra que as pessoas são mais felizes quando estão planejando suas férias do que quando estão realmente viajando, especialmente se for uma viagem complicada que envolva detalhes estressantes. “Somente as pessoas com viagens simples e descontraídas parecem ter um ganho de felicidade”, escreveu Brooks. “Pense nisso como o Paradoxo das Férias: você tem de escolher entre ser feliz antes ou depois. Desculpe.”

Alguns preferem tirar férias em uma ilha. Pelo menos é o caso do presidente Barack Obama.

Martha’s Vineyard, no litoral de Massachusetts, tem sido seu refúgio de férias em agosto em seis dos últimos sete anos, e os moradores se acostumaram a vê-lo por ali. Inclusive, há menos paparazzi.

“A coisa se acalmou muito porque estamos agora habituados a vê-lo por aqui”, disse Emily Roberts, cuja família é dona de uma rede de sorveterias na ilha.

“É agosto, então Obama estará aqui”, disse, encolhendo os ombros. “Nós fazíamos um sabor especial da semana quando o presidente vinha, mas não fazemos mais”, acrescentou.

Para Pete Wells, o crítico de restaurantes do “NYT”, as férias são uma oportunidade de esquecer as difíceis reservas nos melhores restaurantes de Nova York e menus-degustação de quatro horas com coisas complicadas. Também é uma chance para relembrar o que o fez escolher essa profissão: ele adora cozinhar.

“O jantar de hoje poderá começar com as sobras de ontem, e os restos de um maço de coentro que cortei na segunda-feira podem funcionar bem na quinta”, escreveu ele. “Com uma semana inteira nas mãos, encontro novamente meu ritmo na cozinha.”

Todos nós encontramos nossa própria maneira de relaxar, mas alguns têm problemas para cortar o cordão digital.

O repórter Nick Bilton descreveu o típico viciado em tecnologia: “No segundo em que você pousa, verifica o celular e é recebido por uma enxurrada de mensagens. Depois de uma hora sentado no hotel respondendo a e-mails de trabalho, finalmente você vai à praia. Tira seu iPad para ler um livro e, oh, tem uma mensagem no Facebook, para não falar no WhatsApp, Snapchat e Twitter. E como a praia é tão linda provavelmente é uma boa ideia tirar um Instagram. Depois de cem tentativas de captar a melhor e mais original foto de uma praia já tirada, você passa mais uma hora vendo quantas ‘curtidas’ sua foto recebeu”.

Uma solução é deixar o smartphone e o tablet em casa, mas muita gente usa esses equipamentos para ler revistas e livros, ouvir música, jogar e tirar fotos. Outra abordagem é colocar seus equipamentos no modo “avião” quando as férias começarem, para que você não possa acessar a internet.

Danny Cohen, diretor de televisão na BBC, disse a Bilton que sua família tira duas semanas de férias anuais, sem smartphones. No caso de uma emergência relacionada ao trabalho, disse Cohen, algumas poucas pessoas sabem em que hotel ele está e podem lhe telefonar.

“E adivinha o quê? Ninguém me telefona”, relatou Cohen. “Acontece que a maioria das emergências de trabalho não são na verdade emergências. Pegar o telefone para perturbar as férias de um colega é muito mais difícil do que enviar um e-mail.”

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