Pequenas luas estão atuando como pastores, usando sua gravidade para atrair e poeira e rochas nos anéis de Júpiter, disseram cientistas da Nasa nesta terça-feira.
A revelação é uma das diversas descobertas feitas a partir de imagens capturadas no final de fevereiro pela sonda New Horizons, em ação que cientistas da Nasa chamaram de "sobrevôo real" de Júpiter, depois de 16 meses de missão em direção a Plutão.
Eles também fizeram a observação mais próxima do "Pequeno Ponto Vermelho", uma tempestade do tamanho da Terra, e visões dramáticas de erupções vulcânicas na lua Io de Júpiter.
Essas fotos de Júpiter foram tiradas pelas sete câmeras da sonda do tamanho de um piano, que chegou a 2,3 milhões de quilômetros de distância de Júpiter em 28 de fevereiro. Cerca de 70 por cento dos dados já foram enviados para a Terra até agora.
A proximidade permitiu ao satélite usar a gravidade de Júpiter para economizar três anos em sua viagem a Plutão, aonde deverá chegar em 2015.
O encontro com Júpiter "foi uma chance de treinar", antes de chegar a Plutão, disse Alan Stern, principal cientista da New Horizons, em comentários transmitidos pela televisão.
As fotos dos fracos anéis de Júpiter revelaram as luas Metis e Adrastea reunindo rochas com sua força gravitacional.
"As partículas estão definitivamente sendo controladas por estes satélites pastores", disse Jeff Moore, do Centro de Pesquisas da Nasa na Califórnia.
As câmeras também deram uma olhada no que parecem ser os restos de um objeto que colidiu-se recentemente com os anéis. "Grupos individuais de partículas nos anéis são realmente uma nova descoberta", disse Moore.
Vvulcão misterioso
Sobre a lua vulcânica Io, a New Horizons revelou uma coluna de fumaça no formato de guarda-chuva de 300 quilômetros de altura, a partir do vulcão Tvashtar.
"É realmente animador o fato de ter se mostrado para nós", disse John Spencer, do Instituto de Pesquisa Southwest, em Boulder, Colorado.
"A Galileo orbitou por seis anos e nunca vimos colunas como essa", disse, em referência a uma missão anterior.
A missão revelou também um vulcão misterioso, tão jovem que sua lava chegou recentemente à superfície, mas que ainda não emite gás suficiente para formar coluna de fumaça.
"Estamos vendo o nascimento de um novo vulcão", disse Spencer.
Em cerca de oito anos a missão produzirá as visões mais próximas de Plutão e de centenas de outros objetos gelados na longínqua região de Kuiper.
Mas, por enquanto, os cientistas da Nasa estão contentes.
"Acho que estamos prontos para detonar", disse Stern.
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