Cientistas da Agência Espacial Japonesa (Jaxa) informam, na edição desta semana da revista "Science", que a sonda Selene-Kaguya, enviada pelo Japão para orbitar a Lua em 2007, não encontrou sinais de água no fundo da Cratera Shackleton, no pólo sul lunar.
Nos anos 1990, duas sondas orbitais dos Estados Unidos - Clementine e Lunar Prospector - detectaram sinais que poderiam ser de água congelada na região, onde algumas crateras, como a própria Shackleton, têm áreas em que a luz do Sol nunca chega. A sombra perpétua permitiria a acumulação de gelo e tornaria o local atraente para o estabelecimento de uma base na Lua.
O próprio artigo japonês começa reconhecendo que a questão da presença de gelo nos pólos lunares "é potencialmente importante para a colonização por humanos da Lua e para viagens ao espaço além da Lua". No entanto, imagens feitas pela Selene-Kaguya do fundo da Shackleton não revelam, ali, o brilho que seria esperado caso houvesse um reservatório de gelo no local. Para fazer a imagem da região da cratera imersa em sombra, a Selene-Kaguya usou a luz refletida pelas encostas do declive.
O pesquisador Junichiri Haruyama, um dos autores do artigo na "Science", diz que os sinais obtidos pelas sondas norte-americanas na década de 1990 poderiam ser explicados, diante dos resultados da Selene-Kaguya, como "gelo misturado ao solo, gelo coberto pelo solo ou hidrogênio implantado pelo vento solar". "Minha favorita é a terceira hipótese, mas a primeira ou a segunda podem acabar sendo as verdadeiras", disse.
Esse não é o primeiro resultado negativo para água em Shackleton. Em 2003 e em 2006, o radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, não foi capaz de confirmar a presença de massas de gelo na área. Em fevereiro deste ano, a Nasa apresentou o mais detalhado mapa já feito do pólo sul da Lua, também sem a confirmação de depósitos de gelo.
A Visão para Exploração Espacial anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em 2004, pede um retorno de astronautas à Lua por períodos de permanência cada vez mais prolongados, começando a partir de 2015. A existência de gelo permitiria que os astronautas obtivessem água, combustível e oxigênio para respirar com recursos locais.
Atualmente, Japão e China têm sondas na órbita da Lua. Além da Selene-Kaguya, lançada em setembro de 2007, há a chinesa Change, que partiu em outubro do mesmo ano. Nesta semana, a Índia fez o lançamento de sua própria sonda lunar, a Chandrayaan 1. Já a Nasa anunciou recentemente o adiamento de sua próxima sonda lunar, o Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), de dezembro deste ano para fevereiro de 2009.
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