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Exploração espacial

Sonda Perseverance pousa em Marte em busca de sinais de vida

Uma das primeiras imagens enviadas pela sonda Perseverance, da Nasa, após pousar no solo de Marte, 18 de fevereiro (Foto: Nasa/ AFP)

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Uma sonda da Nasa pousou nesta quinta-feira (18) em segurança no solo de Marte com a missão de encontrar sinais de vida no passado do planeta vermelho. A Perseverance vai coletar rochas e amostras de solo que podem um dia ser trazidas de volta para serem examinadas na Terra.

O sucesso do pouso foi comemorado pelo controle da missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial americana, na Califórnia, às 17:55 desta quinta-feira (horário de Brasília). "Aterrissagem confirmada! A Perseverance está em segurança na superfície de Marte, pronta para começar a procurar sinais de vida passada", anunciou Swati Mohan, coordenadora de controle de operações da missão.

A sonda mais avançada da Nasa viajou por 203 dias, atravessando 472 milhões de quilômetros, antes de pousar em Marte. Do tamanho de um carro e pesando cerca de uma tonelada, o robô geólogo e astrobiólogo passará por semanas de testes antes de dar início à sua ambiciosa missão de dois anos.

Pouso arriscado

A Perseverance pousou na cratera de Jezero, que no passado distante - há cerca de 3,5 bilhões de anos - já foi um lago e delta de um rio. O objetivo é vasculhar a região em busca de restos fossilizados de vida microscópica marciana antiga, além de compreender melhor como eram o clima e a geologia do planeta em eras passadas. A sonda é capaz de armazenar amostras, o que pode permitir que, no futuro, elas sejam trazidas à Terra, para que cientistas possam analisar esses materiais com instrumentos que são muito grandes ou complexos demais para serem enviados a Marte. Essa missão está sendo planejada por cientistas da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA).

Ilustração mostra a sonda Perseverance, que pousou em Marte nesta quinta-feira (Foto: Nasa / AFP)

Essa foi a primeira vez que uma sonda pousou na cratera de Jezero. A área tem terreno acidentado e perigoso para pousos, mas, por ser o leito de um lago antigo, é um local promissor para a procura de sinais de possíveis vidas microscópicas que podem ter habitado o planeta quando ele era mais quente, tinha mais água e era menos inóspito. O pouso arriscado foi possível por causa de um novo e avançado sistema de navegação que usa imagens de satélite na órbita de Marte e um computador a bordo para reduzir os riscos do terreno perigoso.

Ao fazer sua rápida descida, a sonda tirou fotos da superfície e as comparou com as imagens de mapas do local guardadas em seu "cérebro" para encontrar as zonas seguras para o pouso em meio às dunas de areia, crateras e penhascos.

Os cientistas da missão não podem comandar o pouso, já que sinais enviados da Terra levam 11 minutos para chegar a Marte. A complexa série de manobras feitas pela nave após entrar na atmosfera do planeta é chamada de "7 minutos de terror".

Ao entrar na atmosfera marciana, o veículo que levava a Perseverance estava a quase 20 mil quilômetros por hora; um escudo protetor de calor evitou que o equipamento queimasse. Um paraquedas de quase 22 metros de diâmetro foi acionado e a sonda desceu então a uma velocidade quase duas vezes a velocidade do som. Faltando cerca de um minuto para o pouso, ou dois quilômetros, o paraquedas se soltou. Por fim, a nave usou propulsores para uma descida controlada até que um sistema de "guindaste" (sky crane) desceu a sonda pelos últimos metros até o solo em segurança. Após o pouso, o sky crane voou para longe para a aterragem.

As mensagens que confirmaram que o pouso ocorreu com sucesso foram enviadas pelo Mars Reconnaissance Orbiter, um satélite da Nasa posicionado sobre o local do pouso.

Em seguida, a sonda enviou imagens do solo marciano feitas durante a descida. Fotos em maior resolução da nave e dos seus arredores devem chegar na sexta-feira. Além de câmeras de alta resolução, a sonda é equipada com dois microfones; um deles captou os sons da descida até o planeta vermelho.

Modelo em escala real do helicóptero Ingenuity, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, que foi enviado com a sonda Perseverance para Marte (Foto: Patrick T. FALLON / AFP)

A Perseverance levou em sua bagagem um minúsculo helicóptero. Chamado Ingenuity, o drone de 1,8 kg é a primeira máquina voadora enviada a outro planeta, com a missão de sobrevoar áreas inacessíveis e abrir caminho para futuros drones mais potentes.

Tráfego marciano

Além da Nasa, missões da China e dos Emirados Árabes Unidos também enviaram sondas para Marte no ano passado. As duas sondas estão no momento orbitando o planeta vermelho. A Agência Espacial Europeia espera pousar em 2023 a sua sonda Rosalind Franklin, que irá procurar por sinais de vida a metros de profundidade na superfície de Marte.

A Perseverance é a quinta sonda americana a pousar em Marte, e a primeira que tem a missão específica de procurar por sinais de vida alienígena.

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