Cabo Canaveral (AE/AP) A sonda Novos Horizontes, lançada quinta-feira pela Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), deve levar nove anos para chegar a seu destino: Plutão. A viagem, que começou com dois dias de atraso, devido às más condições meteorológicas, deve desvendar segredos do mais distante dos nove planetas do sistema solar.
Plutão, para muitos astrônomos, não deveria ser equiparado à Terra, por estar muito distante do Sol e por ser bem menor que os demais. A descoberta de novos corpos de porte semelhante, para além de sua órbita, colocou em dúvida o direito de Plutão ao título de "planeta". Mesmo assim, os objetivos principais da missão são os de sempre: entender como se formou o sistema solar e encontrar um lugar no espaço que possa abrigar vida como na Terra.
A sonda foi o objeto mais veloz já lançado da Terra, apesar de todo o tempo necessário para a viagem. Ela alcançará 13 quilômetros por segundo, ou 46,8 mil km/h. Sua missão é facilitar os estudos da composição da atmosfera e das superfícies de Plutão e Caronte, sua principal lua.
Não tão perto
Em sua aproximação máxima, a Novos Horizontes chegará a 10 mil quilômetros de Plutão e a 27 mil quilômetros de Caronte. Ao chegar a seu destino, ela estará a cerca de 5 bilhões de quilômetros da Terra. Se houver combustível suficiente após a passagem por Plutão, a sonda poderá ser redirecionada para investigar um ou dois dos Objetos do Cinturão de Kuiper (KBOs), o grande anel de planetóides da periferia do sistema solar.
Embora a sonda Novos Horizontes deva deixar a Terra como a nave espacial mais rápida já lançada, cientistas não terão notícias de Plutão até pelo menos 2015, por conta das distâncias envolvidas. Uma vez nas cercanias de Plutão, as transmissões da Novos Horizontes para a Terra, viajando à velocidade da luz, levarão mais de quatro horas para chegar. Até lá, a própria tecnologia utilizada na Novos Horizontes deve estar ultrapassada.
