Em apenas 48 horas, mais de dez mil imigrantes foram resgatados no Canal da Sicília, no Mediterrâneo, dando a dimensão da crise migratória enfrentada pela Europa. Eles partiram da costa líbia em direção à Itália depois de fugir de conflitos, fome, pobreza e perseguições. Ao menos 37 pessoas morreram na travessia.
Veja fotos dos resgates feitos nas últimas 48 horas
Embora menor do que em 2015 (até agora), o drama de refugiados ainda reflete o mar de horror de países pobres e em guerra. Segundo a Organização Internacional para as Migrações, entre 1º. de janeiro e 30 de setembro do ano passado, 508.347 pessoas entraram na Europa pelo Mediterrâneo. Este ano, entre 1º. de janeiro e 1º. de outubro, foram 302.975.
Por outro lado, as mortes não foram contidas. Entre as mesmas datas comparadas, foram 2.926 óbitos durante as travessias de 2015 contra 3.502 em 2016.
Esses dados não levam em conta as 22 mortes registradas essa semana no Mediterrâneo. As vítimas foram encontradas pela Guarda Costeira e seus corpos estavam no porão de uma embarcação diante da costa líbia. A maioria dos óbitos ocorreu por asfixia.
“Houve pânico a bordo, pessoas pulavam na água”, contou Aris Messinis, fotógrafo da AFP, testemunha direta do drama dos migrantes a partir do barco “Astral”, a embarcação da ONG espanhola ProActiva Open Arms.
A terça-feira (4) foi um pesadelo para a tripulação do “Astral”, que começou seu trabalho de resgate de embarcações em alto-mar às cinco da manhã, quando ainda era difícil avistar o horizonte.
As imagens de Messinis são um testemunho comovente, com centenas de pessoas, entre elas crianças e mulheres, aterrorizadas e abarrotadas em um barco de madeira e em botes infláveis, onde contou e fotografou vários dos 22 cadáveres esmagados no fundo da embarcação.
Ainda na terça, boa parte dos navios que patrulham e resgatam migrantes no Mediterrâneo estavam ocupados com a transferência dos 6 mil migrantes socorridos em apenas um dia na véspera. Até que o navio “Libra”, da marinha italiana, retorne à região, “Astral” é o único que patrulha a zona junto a um avião militar.
Na terça-feira, boa parte dos navios que patrulham e resgatam migrantes no Mediterrâneo estavam ocupados com a transferência dos 6.000 migrantes socorridos em apenas um dia na véspera.
Até que o navio “Libra”, da marinha italiana, retorne à região, “Astral” é o único que patrulha a zona junto a um avião militar.
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