Os integrantes do Sortu, o novo partido que tem em seu projeto a independência do País Basco, evitaram pedir a dissolução e o abandono definitivo das armas por parte do ETA, embora insistam que renegam toda forma de violência, o que inclui a organização separatista. Nesta quarta-feira, cinco representantes do novo partido registraram os estatutos do Sortu ("criar" ou "nascer" em basco) na sede do Ministério do Interior, em Madri.
Um dos porta-vozes da agremiação, Iñaki Zabaleta, afirmou mais tarde, em conversa com jornalistas, que o Sortu é um partido democrático que busca a independência do País Basco por vias pacíficas e que de forma alguma é um sucessor do Batasuna, proscrito em 2003 por seus vínculos com o ETA. Mas Zabaleta se esquivou da pergunta de um jornalista sobre se o Sortu está disposto a exigir a dissolução do ETA.
"Nós temos dito que o Sortu é um projeto novo, que nasce da uma ruptura com o passado, que renega, rechaça qualquer tipo de violência. Esta é a nossa resposta". A criação do Sortu, anunciada na última segunda-feira, pressupõe um passo significativo nos movimentos do ETA, que em setembro declarou uma trégua unilateral e em janeiro ampliou a declaração para "cessar-fogo permanente, geral e verificável" pela comunidade internacional, mas não mencionou o abandono das armas.
Apesar disso, o governo espanhol afirmou que enviará os estatutos para a Promotoria Geral do Estado para verificar se cumprem ou não a legislação espanhola, que exige uma condenação expressa a qualquer tipo de violência. Se a promotoria impugnar o pedido, a sala especial do Supremo Tribunal decidirá se o Sortu cumpre os requisitos legais como partido político. As informações são da Associated Press.
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