Os eleitores do Sri Lanka lotaram nesta terça as seções eleitorais para uma disputada eleição presidencial. O atual mandatário, Mahinda Rajapaksa, e seu ex-chefe do Exército, Sarath Fonseka, disputam quem liderará a recuperação do país, após uma violenta guerra civil que os dois ajudaram a encerrar. No entanto, Fonseka não conseguiu votar, pois seu nome não estava na lista. Houve explosões na manhã na cidade de Jaffna, no coração do norte do país, onde há mais pessoas da etnia tâmil.
Esses atentados devem ter ajudado a espantar os eleitores. Contudo, não houve relatos de grandes casos de violência até o fechamento das urnas. Havia menos entusiasmo com as eleições nas áreas de minoria tâmil mais afetadas pela violência.
Há oito meses, o presidente Rajapaksa e o general Fonseka declararam vitória sobre o Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE), após 25 anos de guerra civil. Muitos eleitores, no entanto, estavam mais preocupados com a economia estagnada do país do que com a paz.
"A vida está difícil, o custo de vida está alto. Nós precisamos de uma mudança de governo para parar com a corrupção", defendeu Pathirannnehelage Priyalal, um empresário de 40 anos, na cidade de Gampaha, ao norte de Colombo, após declarar o voto em Fonseka. "Não houve melhoria desde após a guerra e, se esse governo permanecer, mesmo encontrar comida será difícil.
Rajapaksa ainda recebe forte apoio por sua vitória no confronto com o LTTE. Ele é acusado por grupos de direitos civis de usar os recursos do governo para fortalecer sua campanha. Rajapaksa e Fonseka são considerados heróis pela maioria cingalesa. Ambos prometeram levar desenvolvimento ao país e liderar o esforço de reconstrução após a guerra civil. Nenhum deles apresentou um plano detalhado para resolver as tensões étnicas que geraram a insurgência.
Disputa
Não houve pesquisas confiáveis, mas os dois favoritos têm forte apoio da maioria cingalesa. Mas os votos dos tâmeis podem ser decisivos caso a disputa seja apertada. Há outros 20 candidatos na corrida eleitoral.
A oposição afirmou que o governo provavelmente tentaria fraudar o pleito. Como um sinal de possíveis irregularidades, o próprio Fonseka disse que seu nome não estava na lista de registro eleitoral. A comissão eleitoral informou que isso não afetará a candidatura do general. Os primeiros resultados da disputa devem sair amanhã.