Poucos advogados criminalistas conhecem o sistema legal de Nova York tão bem quanto Benjamin Brafman, famoso por ajudar celebridades com problemas sérios e o escolhido por Dominique Strauss-Kahn para defendê-lo das acusações de tentativa de abuso sexual feitas pela funcionária de um hotel de Nova York.
Brafman é conhecido pelas causas ganhas nos tribunais e por negociar acordos bons para seus clientes.
Ele representou o rei do pop, Michael Jackson, em um caso de abuso sexual de menores, em 2004, antes de se retirar do caso. Também foi advogado do astro do futebol americano Plaxico Buress, acusado de entrar em uma boate com uma arma que disparou quando caiu da calça dele.
Brafman ainda tem no currículo ter conseguido inocentar o rapper "P. Diddy" Sean Combs das acusações de porte ilegal de arma e suborno em uma briga de boate e tiroteio que foram testemunhados por mais de 100 pessoas.
"A maioria das pessoas que vem a mim o faz em situações realmente desesperadoras", disse Brafman, de 62 anos, em uma entrevista recente para um grupo de estudantes de direito.
Seu mais recente cliente famoso, o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Strauss-Kahn, foi retirado de dentro de um avião no aeroporto John F. Kennedy, no sábado, após ser acusado de ter abusado sexualmente de uma funcionária de um hotel na cidade de Nova York.
Brafman, que representa Strauss-Kahn junto com o advogado de defesa William Taylor, de Washington, disse à Reuters que seu cliente vai alegar "inocência".
Brafman foi promotor-assistente do distrito de Manhattan durante quatro anos, antes de abrir seu próprio escritório em Nova York, onde ficou famoso pela grande clientela de celebridades.
Para Burress, que teria que passar pelo menos três anos e meio na cadeia, Brafman negociou um acordo que limitou a condenação a dois anos. Ele conseguiu a absolvição de Combs, quando melhorou seu status como advogado de tribunal.
"Senhoras e senhores, esse é Sean 'Puff Daddy' Combs", disse ele durante aquele julgamento, de acordo com um livro sobre Combs, chamado "Bad Boy".
"Vocês podem chamá-lo de Sean. Vocês podem chamá-lo de Mr. Combs. Vocês podem chamá-lo de Puff Daddy. Vocês podem chamá-lo simplesmente de Puffy. Mas vocês não podem chamá-lo de culpado", disse Brafman aos jurados.
Muitos casos em que Brafman trabalha não chegam aos tribunais. Durante vários anos ele representou o fugitivo internacional Viktor Kozeny. Em 2005, os promotores federais acusaram Kozeny de subornar funcionários do governo do Azerbaijão em um acordo de privatização da empresa estatal de petróleo. Mas os promotores têm sido incapazes de extraditá-lo das Bahamas. Não está claro se Brafman ainda representa Kozeny.
Brafman disse que foi chamado para representar Strauss-Kahn por Taylor, um sócio da firma Zuckerman Spaeder, especializada em defesas de crimes de colarinho branco, em Washington.
Taylor e Brafman tiveram um papel importante na acusação dos advogados de ações coletivas da empresa conhecida anteriormente como Milberg Weiss, que foram acusados de subornar os reclamantes.
Taylor representou a empresa, que conseguiu escapar da condenação, enquanto Brafman representou um dos seus fundadores, Mel Weiss, que se declarou culpado e foi sentenciado a 30 meses de prisão em junho de 2008.
Em uma recente entrevista à Lawline.com, um site jurídico, Brafman disse que ele se tornou especialista em manter seus clientes "vivos e funcionando" enquanto o mundo desmorona ao seu redor.
"Acho que já convenci mais pessoas a não cometerem suicídio do que qualquer psiquiatra no mundo", disse.
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