O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse a um tribunal francês nesta terça-feira (10) que não sabia que as mulheres que participavam de orgias em hotéis de luxo em Paris e em Washington eram prostitutas.
Strauss-Kahn, de 63 anos, e outros 13 réus são julgados na cidade de Lille, norte da França, acusados de exploração da prostituição, em conexão com uma rede centralizada ho Hotel Carlton, que fica na mesma cidade.
Em seu primeiro testemunho desde que o julgamento teve início, em 2 de fevereiro, Strauss-Kahn reafirmou que ignorava o "caráter de prostituta" das mulheres que participavam das festas.
Strauss-Kahn disse que conhece os demais réus e que é amigo próximo de um deles, mas minimizou o número de festas que participaram juntos. "Quando lemos os documentos do tribunal, temos a imagem de uma atividade frenética, de que fazíamos apenas isso. Mas foram apenas quatro encontros por ano num período de três anos", declarou ele ao tribunal.
A chegada de Strauss-Kahn ao tribunal de Lille foi tumultuada por três manifestantes do grupo Femen que faziam topless. Elas foram detidas pela polícia.
O economista, conhecido pelas iniciais DSK, pode ser sentenciado a até dez anos de prisão e a pagar uma multa de 1,5 milhão de euros, caso seja condenado. Strauss-Kahn e os demais réus são acusado de operar uma rede de prostituição em hotéis de luxo em Paris, Washington, Lille e Bruxelas.
Desde 2 de fevereiro, o tribunal ouviu os testemunhos de alguns dos demais réus, dentre eles o um belga que é proprietário de um bordel, um empresário local, um policial e um funcionário de hotel, acusado de organizar as festas para Strauss-Kahn.
Os investigadores compilaram centenas de páginas de testemunho de prostitutas, descrevendo as orgias. Não é ilegal pagar por sexo na França, mas é contra a lei solicitar ou gerenciar um negócio de prostituição.
As prostitutas questionadas disseram que entre 2009 e 2011, quando o chefe do FMI lidava com as finanças globais, Strauss-Kahn estava organizando orgias em hotéis de luxo em Paris, num restaurante da capital francesa e em Washington.
O ex-diretor-gerente do FMI chegou a ser considerado o mais forte candidato à presidência da França, mas suas pretensões foram arruinadas por causa de outro escândalo sexual ocorrido em Nova York.
Em maio de 2011, Strauss-Kahn foi detido depois de a camareira de hotel Nafissatou Diallo o ter acusado de ataque sexual. Ele negou a acusação, que foi posteriormente indeferida pelos procuradores de Nova York. Posteriormente, seus advogados chegaram a um acordo civil com Diallo, mas os detalhes não foram divulgados.
Após sua prisão em Nova York, Strauss-Kahn deixou o cargo no FMI, divorciou-se e abandonou a vida política. Mas a investigação do chamado "Caso Carlton" prosseguiu, recebendo ampla cobertura a mídia francesa.
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