Investigação aponta falso testemunho de camareira
A funcionária do hotel de Nova York que acusou de crimes sexuais o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn prestou falso testemunho ao grande júri. A camareira Nafissatou Diallo omitiu o fato de ter limpado outro quarto do hotel antes de procurar seu supervisor para fazer a acusação, segundo o documento apresentado ao tribunal pelos procuradores distritais de Manhattan, em Nova York. "A demandante admitiu que esse relato era falso e que, depois do incidente na suíte 2806, ela procedeu à limpeza de um quarto próximo e depois voltou à suíte 2806 e começou a limpar aquela suíte antes de relatar o incidente a seu supervisor", afirmam os procuradoras no documento.
O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi liberado nesta sexta-feira (1º) sem pagamento de fiança, depois de uma audiência sobre as acusações de crime sexual contra ele.
Promotores disseram na audiência que a credibilidade da camareira de hotel que está no centro do caso após ter acusado Strauss-Kahn foi colocada em dúvida.
"Entendo que as circunstâncias desse caso mudaram substancialmente e concordo que o risco de que ele não compareça aqui diminuiu consideravelmente. Eu libero o sr. Strauss-Kahn sem o pagamento de fiança", disse o juiz Michael Obus ao tribunal.
Reviravolta
O jornal The New York Times trouxe na edição desta sexta-feira a informação de que a promotoria encontrou evidências de que a camareira do hotel Sofitel, em Manhattan, armou um golpe contra o Strauss-Kahn.
Investigadores da polícia novaiorquina descobriram "possíveis conexões entre a camareira e pessoas envolvidas em atividades criminosas, incluindo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro", publicou The New York Times.
O jornal teria ouvido dois investigadores que contaram terem descoberto que a camareira discutiu por telefone com um presidiário os benefícios que poderia obter com uma acusação de assédio contra Stauss-Kahn. A ligação telefônica foi gravada
Os simpatizantes de Strauss-Kahn no Partido Socialista da França expressaram contentamento com a aparente reviravolta. Alguns disseram que ele poderá reingressar na corrida presidencial de 2012.
Mas analistas políticos afirmam que sua reputação já foi muito manchada para que seja um candidato presidencial, apesar de que poderia ter um papel político influente se for absolvido.
Caso
Em 14 de maio, quando foi feita a acusação de assédio sexual, Dominique Strauss-Kahn foi preso em Nova York. Ele renunciou à direção-geral do FMI (foi substituída esta semana pela francesa Cristine Lagarde) e perdeu a chance de candidatar-se à Presidência da França, cargo para o qual era um dos nomes mais fortes.
O caso voltará a ser discutido na próxima semana na Suprema Corte de Manhattan.
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