Um minisubmarino americano de resgate está sendo enviado à área de buscas do submarino ARA San Juan com o objetivo de recuperar a embarcação ou o que tenha sobrado dela após a explosão ocorrida antes de seu desaparecimento há nove dias. O minisubmarino americano, porém, só tem alcance de 600 metros de profundidade. Se o San Juan estiver em profundidade maior que esta, um eventual resgate não será possível.
"A melhor tecnologia hoje quem tem são os EUA", afirmou, nesta sexta-feira (24,) o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi. Ele não apresentou alternativas de resgate ou operações.
O porta-voz evitou tratar de especulações de que o comando da Marinha cairia por causa de tensões com o poder Executivo em torno do caso, conforme noticiou nesta sexta o jornal argentino "Clarín".
"Não me consta que haja fricções com o governo", afirmou.
Desaparecimento
O submarino argentino ARA San Juan, com 44 tripulantes, está desaparecido desde o último dia 15. A embarcação estava em um exercício de vigilância na zona econômica exclusiva marítima argentina a cerca de 400 km a leste de Puerto Madryn, na Patagônia (sul do país). Ele se dirigia de volta à sua base em Mar del Plata, ao norte, quando as comunicações foram interrompidas.
O San Juan, de propulsão que combina motores a diesel (para uso na superfície) e elétrico (quando submerso), é uma arma de patrulha e ataque com torpedos.
Ele é um dos três submarinos à disposição de Buenos Aires. Ele faz parte da classe TR-1700, construída pela Alemanha a pedido da Argentina. Dois dos seis barcos desse modelo foram entregues, mas o programa não foi adiante. A embarcação irmã do San Juan, o Santa Cruz, está em atividade.
O San Juan foi completado em 1985, e passou por uma longa revisão para lhe dar mais 30 anos de vida útil que acabou em 2013. A Marinha argentina, como suas Forças Armadas de forma geral, passam por um processo de degradação acelerada há muitos anos. Possui 11 navios principais de superfície, 3 submarinos, 16 embarcações de patrulha costeira, entre outros.
A circunstância evoca uma tragédia ocorrida no ano 2000, quando o submarino nuclear russo Kursk sofreu uma explosão no seu compartimento de armas e afundou no mar de Barents -os 118 tripulantes morreram, muitos por asfixia.