Quando Álvaro Uribe deixar o governo da Colômbia, daqui a 64 dias, entregará um país mais seguro, mas ele próprio alerta que seu sucessor enfrentará desafios em áreas como segurança e economia.

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"Avançamos, há algumas pequenas tendências positivas, mas ainda temos um longo caminho. É assim que eu resumiria", disse o popular presidente, no poder há quase oito anos, em entrevista à Reuters no Palácio de Nariño.

"O país melhorou, mas não estamos no paraíso. Podemos não ter rios de leite e mel, mas tampouco, como me disse um camponês, temos mais rios de sangue."

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O sucessor de Uribe será escolhido no segundo turno da eleição presidencial, em 20 de junho. Seu ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos é o franco favorito contra o ex-prefeito de Bogotá Antanas Mockus.

Graças a medidas firmes e ao apoio militar recebido dos Estados Unidos, Uribe conseguiu em seu governo reduzir a influência de guerrilheiros, paramilitares e narcotraficantes no país. Os investimentos estrangeiros então quintuplicaram, e a segurança deu lugar a questões como emprego, saúde e educação na lista de prioridades do eleitor local.

Mas a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) continua ativa, o desemprego está entre os mais elevados da América Latina e a Colômbia continua sendo o maior produtor mundial de cocaína.

Uribe admitiu também que faltam mais investimentos em educação, infraestrutura e saúde. Mas destacou que suas ideias básicas sobre a "segurança democrática" deveriam ser mantidas.

"O que tenho proposto há anos é a necessidade de ampliar políticas (...) benéficas para o país", disse ele, por detrás de seus óculos de aros finos, que lhe dão um aspecto professoral.

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Meses atrás, Uribe sofreu grande pressão de aliados para promover uma reforma constitucional que o permitisse disputar um terceiro mandato. Ele admitiu que viveu então uma "encruzilhada da alma."

Apesar dos escândalos de corrupção, espionagem e abusos militares no seu segundo mandato, ele continua sendo o presidente mais popular da história colombiana recente. Uribe nega que tenha tido responsabilidade pelos fatos negativos, como acusam seus rivais.

"O que vou dizer a eles? Nada. Por que vou entrar nessas discussões? Este governo trouxe segurança e garantias a todos os políticos, até aos da oposição."