Independência ou unidade. A partir de hoje, quase 4 milhões de eleitores registrados decidirão se o sul do Sudão irá se separar do maior país da África em extensão territorial, em um referendo de cinco dias.
Espera-se que a votação, que pode fazer surgir a mais nova nação do mundo, seja a última etapa do acordo de paz realizado em 2005 que acabou com uma guerra de 20 anos entre o norte e o sul do Sudão, responsável pela morte de mais de 2 milhões de pessoas.
Organizar o referendo em uma terra empobrecida, onde muitos habitantes são pastores e nômades durante pelo menos uma parte do ano, e onde apenas 15% das pessoas sabem ler e escrever, representa um desafio. Apenas 2% dos sudaneses sulistas completaram o ensino fundamental.
Durante os últimos meses, quase 4 milhões de eleitores foram registrados para votar, incluídos 116 mil sulistas que vivem no norte do Sudão e 60 mil que moram em outros oito países, incluídos os Estados Unidos.
Os sudaneses do sul terão uma cédula bem diferente da usada nas eleições nacionais de abril de 2010, que tinha uma longa lista de nomes. Desta vez, a cédula mostra duas imagens: a de uma mão solitária, representando a independência, e de duas mãos se apertando. Embaixo das duas imagens, estão as palavras "Secessão" e "Unidade", respectivamente.
O partido que governa o sul do Sudão como região autônoma instruiu a população sobre o significado dos símbolos e isso indica que não haverá confusão nas urnas.
George Clooney
A União Europeia enviará 104 observadores e especialistas. O Centro Carter, fundado pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, está despachando mais de cem observadores. O próprio Carter, bem como o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o senador americano John Kerry (Democrata por Massachusetts) e o ator George Clooney, um ativista pelo Sudão, estarão presentes ao referendo.
A China, que fez altos investimentos no setor petrolífero do Sudão, também enviará seus observadores.
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