O governo do Sudão criticou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ter qualificado como genocídio o conflito em Darfur, no oeste do país. Obama fez o comentário no fim de semana, durante um discurso proferido em breve visita a Gana. O representante do governo sudanês em Darfur, Ghazi Salah Eddin Atabani, qualificou como "lamentável" a declaração de Obama.
Há anos é debatido se o conflito entre o governo sudanês, dominado por árabes, e os rebeldes de etnias africanas em Darfur pode ou não ser qualificado como genocídio. Obama e seu antecessor, George W. Bush, defendem que sim, mas a Organização das Nações Unidas (ONU) não classifica a violência na região dessa forma. De acordo com estimativas da entidade, mais de 300 mil pessoas morreram e cerca de 2,7 milhões foram obrigadas a fugir em seis anos - desde 2003 - do conflito em Darfur. O governo do Sudão diz que os dados da ONU são exagerados.
A violência começou quando integrantes de tribos africanas da região pegaram em armas e se rebelaram contra o governo sudanês, queixando-se de décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou então uma campanha contra insurgência durante a qual uma milícia árabe pró-Cartum cometeu atrocidades contra a comunidade africana.
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