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Nord Stream 1 e 2

Suécia e Polônia falam em sabotagem após vazamentos em gasodutos russos; Dinamarca declara emergência

Imagem aérea mostra vazamento de gás do Nord Stream 2 no Mar Báltico, na região da ilha de Bornholm, na Dinamarca (Foto: EFE/EPA/Comando de Defesa da Dinamarca)

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As suspeitas de uma possível sabotagem pairam sobre os três vazamentos detectados nos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, que geraram manifestações do Kremlin e fizeram com que a Dinamarca declarasse emergência nos setores elétricos e de gás.

“Não é possível descartar nenhuma versão”, disso porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, em entrevista coletiva diária, ao ser questionado sobre um possível ato criminoso.

O Kremlin se disse “muito alarmado” pelos danos que sofreram três tubulações dos gasodutos, cujas datas ainda são desconhecidas, segundo o representante do governo, que insistiu que “até se ter os resultados da investigação, não podemos descartar nada”.

Um porta-voz da polícia nacional sueca disse nesta terça-feira (27) que um relatório preliminar apontou que os vazamentos são fruto de “sabotagem grosseira”.

O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, também fez declarações nesse sentido. “Hoje enfrentamos um ato de sabotagem, não sabemos todos os detalhes do que aconteceu, mas enxergamos claramente que é um ato de sabotagem relacionado ao próximo passo da escalada da situação na Ucrânia”, afirmou.

Sismólogos suecos informaram nesta terça-feira que detectaram duas explosões submarinas na área dos gasodutos na segunda-feira (26).

Informações procedentes de fontes de segurança da Alemanha sustentam que há muitos indícios que apontam que os dois gasodutos foram danificados deliberadamente em um ato de sabotagem, conforme publicou o jornal alemão Tagesspiegel.

“Nossa imaginação não pode conceber um cenário que não seja um ataque dirigido”, apontou para o veículo de imprensa uma fonte próxima ao governo alemão, que admitiu que “tudo aponta para não ter sido uma coincidência”.

Segundo o Tagesspiegel, estão sendo trabalhadas duas possibilidades sobre a autoria dos ataques contra os gasodutos.

A primeira versão é de que seria obra de forças ucranianas ou de grupos ligados à Ucrânia ou uma operação de “falsa bandeira” feita pela Rússia, para gerar mais incerteza e, provavelmente, fazer subir novamente o preço do gás.

A operadora dos dois gasodutos, a Nord Stream AG, que é sediada na Suíça, informou nesta terça-feira que os danos que sofreram três tubulações das duas infraestruturas não têm precedentes e que é impossível prever quando serão concluídos os trabalhos de reparo e restauração.

No domingo à noite, foi detectado um vazamento em um dos dois ramos do Nord Stream 2, que nunca entrou em operação, devido ao bloqueio da infraestrutura decretado pelo governo alemão, ainda antes da guerra na Ucrânia. No entanto, a infraestrutura de gás foi preenchida e deve se manter assim por causa da pressão.

O Nord Stream 1, com uma capacidade de 55 milhões de metros cúbicos de gás por ano e em que foram detectados outros dois vazamentos, está paralisado, após alegação da Rússia de um vazamento de óleo na única estação compressora do país que estava funcionando.

Alerta na Dinamarca e Suécia

O vazamento foi registrado na área econômica exclusiva da Dinamarca, ao sudeste da ilha de Bornholm, no Mar Báltico.

Por isso, a Diretoria Geral de Energia do país nórdico declarou estado de emergência nos setores elétricos e de gás.

“A ruptura das tubulações ocorre raramente, por isso vemos razões para aumentar o nível de emergência como resultado dos eventos do último dia. Queremos garantir um minucioso monitoramento da infraestrutura crítica para reforçar a segurança do abastecimento”, apontou um comunicado do órgão dinamarquês.

O anúncio pressupõe a elevação para o nível laranja, o segundo mais alto em uma escala de cinco, o que tem como consequência “medidas concretas” que as empresas dos setores de gás e eletricidade devem adotar “para aumentar a segurança de, por exemplo, fábricas, prédios e outras instalações”.

As autoridades dinamarquesas informaram inicialmente sobre um vazamento no Nord Stream 2, em águas locais no Mar Báltico e, posteriormente, de outros dois no Nord Stream 1, nas águas da Dinamarca e também da vizinha Suécia, perto da ilha de Bornholm.

A Marinha dinamarquesa decretou, além disso, a proibição da navegação em um raio de cinco milhas ao redor das áreas dos vazamentos e, dos voos, em uma área de um quilômetro.

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