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Justiça

Suécia recorre e barra libertação de Julian Assange

Manifestantes pedem a libertação de Assange, em frente de tribunal na cidade de Londres, onde o idealizador do WikiLeaks está preso | Andrew Winning/Reuters
Manifestantes pedem a libertação de Assange, em frente de tribunal na cidade de Londres, onde o idealizador do WikiLeaks está preso (Foto: Andrew Winning/Reuters)

Londres - Julian Assange, criador do Wi­­kiLeaks, continuará preso em Lon­­dres pelo menos até que a Corte de Apelações julgue um recurso impetrado pela Suécia contra sua liberdade. A decisão deve ser anunciada até amanhã.

Antes do recurso, a Justiça ha­­­­via concordado ontem com a libertação de Assange com uma série de condições. Que entregasse à Justiça 200 mil libras (R$ 540 mil) em dinheiro como ga­­rantia de que não fugiria. Que mais duas pessoas se responsabilizassem por sua permanência no país, sob pena de perderem 20 mil libras (R$ 54 mil) ca­­da uma. Que obedecesse a um toque de recolher.

Mais: que se apresentasse à polícia todas as tardes. E que utilizasse um dispositivo eletrônico para monitorar todos os seus movimentos.

Mas tudo ficou pendente até a decisão da corte. Com isso, As­­san­­ge foi levado de volta à prisão, no sul de Londres, onde está há oito dias.

"Não se trata de um processo legal, mas de perseguição’’, disse o advogado de Assange, Mark Stephens.

Assange é investigado na Suécia sob acusação de estuprar uma mulher e molestar sexualmente outra. O país quer que ele seja ouvido e pediu sua ex­­tradição. Ele nega os crimes e afirma que as relações foram con­­sensuais. Afirma também que a Suécia está sendo usada pelos Estados Unidos num processo de vingança por seu site ter divulgado documentos se­­cretos da diplomacia americana.

Celebridades

O dia todo foi de expectativa pa­­ra Assange e celebridades que foram até o fórum esperar pela decisão judicial. Bianca Jag­­ger, ex-mulher do Rolling Stone Mick Jagger, esteve lá. O escritor Tariq Ali também. O cineasta Michael Moore avisou que ajudaria a pagar a sua soltura.

Quando primeiro foi anunciado que ele seria liberado, houve celebração. O advogado disse então que só faltava juntar as 200 mil libras. "É uma pena que não possamos usar Vi­­sa ou Mastercard’’, afirmou, numa ironia contra as operadoras de cartão de crédito que suspenderam as operações com o WikiLeaks.

Depois veio a notícia do re­­curso. E nova decepção.

A mãe de Assange, Christine, afirmou que ele está preso em condições precárias, sem acesso a internet e com restrição de visitas. Por intermédio dela, ele divulgou nota. "Minhas convicções estão firmes. (...) Agora sa­­bemos que Visa, Mastercard e PayPal são instrumentos da po­­lítica externa americana. Peço ao mundo que proteja meu trabalho e o da minha gente desses ataques ilegais e imorais.’’

Sendo ou não solto, ele deverá ser ouvido de novo, no dia 11 de janeiro, no processo sobre sua extradição.

O governo dos EUA estuda forma de processar Assange por espionagem pela divulgação de mais de 250 mil documentos si­­gilosos da diplomacia norte-americana.

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