A Suécia vai reforçar os controles fronteiriços devido ao aumento da ameaça à segurança do país escandinavo devido à queima de exemplares do Alcorão que provocaram protestos no mundo islâmico, informou nesta terça-feira (1º) o governo sueco.
A medida, que será aprovada na próxima quinta (3), vai permitir à polícia sueca inspecionar veículos, efetuar buscas e realizar diversas ações para aumentar o controle de identidade, explicaram o primeiro-ministro Ulf Kristersson e o ministro da Justiça, Gunnar Strömer.
“Pessoas que têm uma vaga conexão com a Suécia não deveriam ter permissão para entrar no país para cometer crimes”, disse Kristersson.
A medida faz parte de uma “frente ampla” de iniciativas diplomáticas e de segurança que o governo sueco tem promovido nas últimas semanas, destacou o primeiro-ministro.
“Estamos em contato diário com os serviços de inteligência, tão grave é a situação”, disse Kristersson.
A Suécia deixou de ser um alvo “legítimo” do terrorismo internacional para se tornar um alvo “prioritário”, de acordo com as autoridades suecas.
Tanto o governo sueco quanto o dinamarquês, onde também aconteceram episódios de queima do Alcorão, anunciaram há poucos dias que estudam a possibilidade de coibir esses atos ou proibir que sejam realizados em frente a embaixadas estrangeiras, proposta que recebeu críticas da oposição política em ambos os países.
“Não se trata de limitar a liberdade de expressão, mas de expandir o controle de permissão para reuniões públicas”, disse Kristersson.
A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) exigiu que as autoridades dos dois países nórdicos tomem medidas para impedir a queima do Alcorão, a última realizada na segunda-feira (31) em frente ao Parlamento sueco.
Nas últimas semanas, várias cópias do livro sagrado muçulmano foram queimadas em frente às embaixadas de Iraque e Egito em Estocolmo e Copenhague, provocando a ira de muçulmanos em todo o mundo e aumentando a tensão diplomática sem precedentes com países escandinavos.
Além de provocar grandes manifestações no Iêmen ou no Iraque - onde a embaixada sueca foi incendiada -, vários governos de países de maioria muçulmana advertiram que permitir a queima de exemplares do Alcorão pode ter consequências nas relações diplomáticas.
O governo iraquiano ordenou a expulsão do embaixador sueco em Bagdá e ameaçou rescindir os contratos das empresas do país nórdico que operam em seu território.