A proposta que limita a entrada de imigrantes na Suíça foi aprovada por 50,3% dos eleitores, informou a TV estatal Swiss SRF. A medida recebeu a aprovação de mais da metade dos 26 cantões do país e irá fazer com que o governo estabeleça uma cota de trabalhadores estrangeiros que podem se mudar para o país nos próximos três anos.
A medida pode criar uma potencial disputa diplomática com o maior parceiro comercial do país, a União Europeia (UE). De acordo com um tratado de 1999, os cidadãos da UE tem autorização para fixar residência na Suíça.
O governo suíço agora será obrigado a renegociar esses tratados assinados com a União Europeia que regulam a livre circulação de trabalhadores.
Em um breve comunicado, a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, lamentou o resultado da votação, afirmando que "vai considerar as implicações desta iniciativa sobre as relações entre a UE e a Suíça".
A iniciativa de realizar o referendo foi do Partido do Povo, que alega que a chegada de imigrantes na Suíça aumentou a concorrência por empregos, fez com que os preços dos imóveis e os alugueis ficassem mais caros e sobrecarregaram o sistema de transporte local. Cerca de 64 mil cidadãos da UE se instalaram na suíça na última década, de acordo com o Serviço Federal de Migração.
Mas a poderosa comunidade de negócios da Suíça alertou que a aprovação da medida poderá comprometer a economia robusta do país, que não enfrentou a recessão e o desemprego que os vizinhos europeus têm experimentado. Muitas empresas suíças contam com executivos europeus para preencher cargos de liderança.
A Suíça não é o único país a repensar a imigração. Grupos políticos no Reino Unido, na Dinamarca, na Holanda e da França também pediram controles mais rígidos sobre o tema.