A Suíça defendeu na segunda-feira a atuação de um cidadão seu que havia sido autorizado pela Colômbia a negociar a libertação de reféns das Farc, negando sua possível implicação num pagamento de resgate.
A chanceler suíça, Micheline Calmy-Rey, disse que seu governo está disposto a colaborar na investigação realizada pela Procuradoria-Geral colombiana para apurar se Jean-Pierre Gontard extrapolou sua atuação humanitária e cometeu algum delito.
"A Suíça se comprometeu de boa-fé com a solicitação do governo colombiano, estamos convencidos de que nosso facilitador trabalhou de maneira exemplar (...)", disse a diplomata, que se reuniu em Bogotá com seu colega colombiano, Jaime Bermúdez.
"Reafirmamos que (Gontard) não esteve implicado no pagamento de dinheiro destinado às Farc", acrescentou.
Suíça, Espanha e França formavam parte de um grupo de facilitadores autorizados por Bogotá a buscar uma aproximação com as Forças Armas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para libertar 40 reféns políticos.
Mas, em meados de julho, depois do resgate militar de vários reféns, a Colômbia anunciou a suspensão da mediação dos três países europeus e seu interesse em buscar um contato direto com a guerrilha.
De acordo com as investigações preliminares da Procuradoria, Gontard é citado em 37 emails achados nos computadores do dirigente rebelde Raúl Reyes, morto em março numa ação militar da Colômbia no Equador.
Os emails sugeriam, segundo a Procuradoria, que o suíço transportou 500 mil dólares supostamente do pagamento de um resgate, uma quantia apreendida na Costa Rica depois da morte de Reyes. O suíço pode ser indiciado.
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