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Duas mulheres-bomba mataram pelo menos 38 pessoas em trens lotados do metrô de Moscou no horário do rush desta segunda-feira, suscitando receios de uma campanha mais ampla contra a capital da Rússia por parte de militantes islâmicos do norte do Cáucaso.
O primeiro-ministro Vladimir Putin, que consolidou seu poder em 1999 ao lançar uma guerra para esmagar o separatismo checheno, interrompeu um viagem à Sibéria, declarando que "os terroristas serão destruídos" .
Testemunhas descreveram o pânico em duas estações centrais de Moscou após as explosões, com passageiros caindo uns sobre os outros em meio a nuvens espessas de fumaça e poeira, enquanto tentavam escapar do pior ataque contra a capital russa nos últimos seis anos.
Ao menos outras 72 pessoas ficaram feridas, muitas delas gravemente, e as autoridades disseram que o número de mortos ainda pode subir. O representante máximo de segurança da Rússia disse que as bombas estavam repletas de parafusos e varas de ferro.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque imediatamente, mas o chefe do Serviço Federal de Segurança (FSB), Alexander Bortnikov, disse que os responsáveis têm ligações com o norte do Cáucaso, região de maioria muçulmana e marcada pela insurgência, cujos líderes já ameaçaram atacar cidades, oleodutos e gasodutos em outras partes da Rússia.
"Foi cometido um crime terrível em suas consequências e hediondo em seu método", disse Putin aos serviços de emergência em chamada de vídeo.
"Confio que os organismos de segurança não pouparão esforços para encontrar e castigar os criminosos. Os terroristas serão destruídos."
O Kremlin tinha declarado vitória em sua batalha contra separatistas tchetchenos, que já travaram duas guerras com Moscou. Mas no último ano, a violência se intensificou nas repúblicas vizinhas do Daguestão e da Inguchétia, onde a militância islâmica coincide com rivalidades entre clãs e quadrilhas criminosas, em meio a um ambiente de pobreza.
O chefe do FSB, principal sucessor da KGB da era soviética, disse que "foram encontradas partes dos corpos de duas mulheres-bomba, e os dados iniciais indicam que essas pessoas tinham ligações com o norte do Cáucaso".
O ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que militantes da fronteira entre Afeganistão e Paquistão podem ter ajudado a organizar os ataques. Questionado se o atentado poderia ter tido envolvimento internacional, ele não nomeou nenhum grupo, mas a agência Interfax disse que Lavrov teria dito "não descarto isso".
É provável que os ataques ao metrô convertam a insurgência no norte do Cáucaso em uma questão política de primeira importância para os líderes russos. Críticos disseram que os ataques da segunda-feira deixaram claro o fracasso da política do Kremlin na Tchetchênia, onde grupos de defesa dos direitos humanos acusam as forças russas de ações brutais.
Ataques
A primeira explosão destruiu o segundo vagão de um trem do metrô pouco antes das 8h, quando o trem estava na estação de Lubyanka, perto da sede do FSB, o principal serviço de segurança interna da Rússia. Ela matou pelo menos 23 pessoas.
Uma segunda explosão ocorreu menos de 40 minutos mais tarde no segundo ou terceiro vagão de um trem que aguardava na estação de metrô Park Kultury, em frente ao parque Gorky, matando outras 12 pessoas, segundo funcionários do Ministério das Emergências. Outras três pessoas morreram no hospital.
Fotógrafos da Reuters viram sacos para corpos sendo trazidos de dentro de ambas as estações. Alguns dos feridos foram levados a hospitais em helicópteros e o centro de Moscou ficou isolado, já que a polícia interditou as principais ruas e acessos.
Testemunhas oculares relataram pânico após as explosões, que aconteceram em estações a poucos quilômetros do Kremlin, no centro de Moscou.
Imagens das câmeras de vigilância colocadas na Internet mostraram vários corpos imóveis deitados no chão ou encostados na parede na estação Lubyanka e agentes do resgate agachados ao lado de outras vítimas, tentando atendê-las.
O presidente norte-americano, Barack Obama, e líderes da União Europeia condenaram os ataques.
"O povo americano se une ao povo da Rússia em oposição ao extremismo violento e aos ataques terroristas hediondos que demonstram um descaso tão grande pela vida humana. Condenamos esses atos ultrajantes", disse Obama.
Putin vestiu um avental branco para visitar alguns dos 72 feridos ainda hospitalizados na capital russa. O Ministério da Saúde informou que cinco pessoas estavam em estado grave.
O número de mortos faz do ataque desta segunda-feira o pior em Moscou desde fevereiro de 2004, quando um atentado suicida deixou pelo menos 39 mortos e mais de 100 feridos em um trem do metrô.
Esse ataque foi atribuído a separatistas chechenos. O líder rebelde Doku Umarov, que luta por um emirado islâmico que abranja toda a região, jurou no mês passado levar a guerra às cidades da Rússia.
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