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Bagdá (EFE) – Mais de 150 pessoas morreram ontem em 12 ataques em Bagdá, no segundo dia mais sangrento do pós-guerra, um mês antes do plebiscito sobre a Constituição do Iraque. O braço iraquiano da rede terrorista internacional Al Qaeda reivindicou o massacre por um comunicado divulgado pela internet.

Na nota, cuja autenticidade ainda não foi atestada, a organização de Osama bin Laden destacava que a série de atentados é a resposta à ofensiva bélica iniciada pelos EUA e pelas tropas iraquianas contra a cidade de Tal Afar, suposto feudo da insurgência no noroeste do país.

O ataque mais cruel aconteceu no bairro xiita de Kadhimiya, no norte da capital, onde um suicida em um veículo carregado de explosivos matou 113 pessoas e feriu outras 162, de acordo com o Ministério da Saúde. Fontes médicas não descartam, no entanto, que o número de mortos possa aumentar, já que alguns feridos apresentam lesões muito graves.

Pelo relato das testemunhas, o rebelde foi em direção a uma multidão, a maioria operários da construção, que se aglomerava diante de um edifício oficial em busca de trabalho. Este é o segundo atentado com mais vítimas do pós-guerra iraquiano, atrás do que matou 125 pessoas em Hila em fevereiro, com a explosão de dois carros-bombas. Além disso, significa o segundo número mais alto de mortos por uma ação violenta em um só dia no Iraque desde março de 2003, no início da invasão e posterior ocupação anglo-americana no país.

Horas antes, homens armados vestidos com uniformes militares assassinaram a tiros 17 membros da tribo Tamim na cidade de Taji, no norte da capital. Durante a manhã, outras 11 ações violentas, a maioria obra de suicidas, mataram em diversos pontos de Bagdá. Seis ataques tiveram como alvos os comboios militares dos EUA. Os quatro restantes atingiram caravanas da Polícia iraquiana.

O suposto líder da Al Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, ameaçou lançar "uma guerra total" contra os xiitas e todos aqueles que apoiarem a minuta da nova Constituição, disse a rede de tevê árabe Al Jazira. De acordo com uma gravação de voz atribuída a Al-Zarqawi, "são os xiitas que assaltam Tal Afar com seus ataques, e a organização não será misericordiosa com nenhum xiita no Iraque".

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