O sul-coreano Ban Ki-Moon, novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), começa a trabalhar na manhã de terça-feira, fazendo um discurso a ser transmitido a todos os funcionários da entidade no mundo, para apresentar detalhes de suas propostas e os ocupantes de cargos importantes.
Ban, 62 anos, é o oitavo secretário-geral da ONU. Ex-chanceler de seu país, fala um inglês relativamente fluente e tem um francês hesitante. Foi eleito em outubro pela Assembléia Geral para substituir o ganense Kofi Annan, que passou dez anos no cargo.
Durante o fim de semana, foram anunciadas as indicações do indiano Vijay Nambiar, assessor de Annan, para o cargo de chefe de gabinete, e da premiada jornalista haitiana Michele Montas como chefe dos porta-vozes.
Para a direção de administração e gerenciamento, fontes da ONU apontam Alicia Barcena, que foi chefe de gabinete de Annan. Ban ainda precisa nomear um subsecretário-geral, provavelmente uma mulher, entre outros cargos, inclusive nas áreas de missões de paz e assuntos políticos, cobiçados por França, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Ban, que assumiu oficialmente o posto na segunda-feira, herda questões complicadas de Annan, como a carnificina em Darfur, as 18 missões de paz pelo mundo, as tensões no Oriente Médio e o combate à pobreza.
Ele diz que espera ser conhecido como ``um secretário-geral acessível, trabalhador e preparado para ouvir com atenção''.
Annan, 68 anos, e sua elegante esposa, a advogada e artista sueca Nane, embarcaram na segunda-feira para a Europa, depois de passarem o ano-novo com amigos em um clube de jazz tradicional de Nova York.
REFORMAS
Até agora, Ban se manifestou principalmente sobre questões administrativas, prometendo reformas na burocracia. São propostas que, na época de Annan, esbarraram na oposição dos países em desenvolvimento, que temem perder cargos na ONU e ver a entidade ainda mais controlada por países ricos.
Ban prestou juramento no novo cargo em 14 de dezembro, quando prometeu agir ``como harmonizador e construtor de pontes''. Brincou com jornalistas que seu apelido era ``enguia escorregadia'', mas garantiu ser ``uma pessoa amistosa com a imprensa''.
Na posse, ele também prometeu restaurar a confiança no secretariado da ONU e adotar ``os mais elevados padrões éticos'', o que foi visto por muitos como uma cutucada em Annan, cujo mandato foi marcado por investigações sobre escândalos no programa ``petróleo por comida'' do Iraque e em compras da ONU.
Ban parece ser mais pragmático que Annan a respeito das limitações de seu poder, mas também parece menos inclinado do que seu falante antecessor a dar um rosto humano à entidade, com ênfase na proteção dos direitos humanos.
O sul-coreano vive há meses em um hotel, enquanto a elegante casa com vista para o rio East, em Manhattan, passa por amplas reformas estruturais, as primeiras desde 1950.
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