O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou na segunda-feira (29) que durante seu mandato o Reino Unido "nunca" voltará a alinhar-se com as leis da União Europeia (UE), ao mesmo tempo que garantiu que tentará "revitalizar" relações com seus vizinhos continentais.
No tradicional discurso anual do chefe de governo no Guildhall, sede da prefeitura da City de Londres (distrito financeiro da capital), Sunak revisou suas prioridades em política externa e ofereceu algumas de suas primeiras reflexões sobre o futuro da relação com a Europa desde que chegou ao número 10 da Downing Street, há um mês.
“Estamos promovendo uma evolução das nossas relações pós-Brexit com a Europa, incluindo as relações bilaterais, bem como a participação na nova Comunidade Política Europeia”, disse Sunak, em referência ao fórum idealizado pelo presidente francês Emmanuel Macron, no qual participam países fora da UE, como Turquia, Ucrânia, Balcãs Ocidentais, Armênia, Azerbaijão e o próprio Reino Unido.
"Mas isso não significa mais alinhamento. Sob minha liderança, nunca nos alinharemos com a legalidade da União Europeia. Em vez disso, promoveremos relacionamentos respeitosos e maduros com nossos vizinhos europeus em questões compartilhadas como energia e imigração ilegal", destacou.
Suas declarações esfriaram as especulações nas últimas semanas na imprensa britânica sobre a possibilidade de o Reino Unido buscar uma relação com a UE semelhante à da Noruega e da Suíça.
Como países fora da UE, ambos participam do mercado comunitário com menos barreiras que o Reino Unido, embora aceitem certas leis comunitárias e a jurisdição dos tribunais europeus, e participem da área de livre circulação de pessoas, entre outras condições.
No discurso, o primeiro-ministro britânico salientou também a importância de reconhecer o “desafio sistêmico" representado pela China.
"Um desafio que se torna mais agudo à medida que (Pequim) caminha para um autoritarismo ainda maior", considerou Sunak.
“Claro que não podemos simplesmente ignorar a importância da China nos assuntos mundiais, desde a estabilidade econômica global a problemas como as alterações climáticas”, acrescentou o chefe do governo britânico, que optou pela “diplomacia e diálogo” para gerir as relações com Pequim.
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