O número de mortes provocadas pela passagem de um supertufão nas Filipinas é provavelmente de 2.000 ou 2.500, mas não o total relatado anteriormente de 10.000, afirmou o presidente do país, Benigno Aquino, em entrevista à CNN nesta terça-feira (12).
"Dez mil, eu acho, é muito", disse Aquino em entrevista publicada no site da emissora CNN na Internet. Ele afirmou que autoridades locais que forneceram essa estimativa podem ter estado muito perto da destruição para dar um número exato.
"Houve um drama emocional envolvido nesta estimativa em particular", disse. Aquino contou à CNN que o governo ainda está reunindo informações de várias áreas atingidas.
"Esperamos ser capazes de entrar em contato com cerca de 29 municípios que ainda temos que estabelecer seus números, especialmente de desaparecidos, mas até agora 2.000, cerca de 2.500, é o número que estamos trabalhando em relação às mortes", afirmou.
Os comentários de Aquino foram feitos no momento em que grupos de ajuda internacional, assim como Estados Unidos e Grã-Bretanha, trabalham para acelerar os esforços de ajuda, após a passagem na sexta-feira do supertufão Haiyan, um dos mais violentos da história.
Autoridades das Filipinas estão chocadas com a destruição causada pela tempestade, que atingiu a parte central da linha de ilhas e devastou Tacloban, a capital costeira da província de Leyte. Funcionários locais inicialmente disseram temer a morte de 10.000 pessoas.
Apuração
O Conselho para a Gestão e Redução de Desastres do país prossegue com uma lenta apuração oficial e, em seu último relatório, também fala de 2.487 feridos.
Cerca de 10 milhões de filipinos foram afetados pelos estragos causados pelo tufão "Haiyan", batizado como "Yolanda" pelas autoridades locais. Pelo menos 660 mil pessoas estão desalojadas, segundo estimativa do órgão governamental.
O último relatório oficial, que datava de segunda-feira, cifrava os mortos em 255.
Além de Tacloban, a capital da ilha de Leyte, onde chegou-se a estimar em até 10 mil mortos apenas na cidade, existem muitos povoados pequenos pela região que estão totalmente isolados e nos quais a ajuda humanitária ainda não chegou.
"À medida que temos mais acesso (a outras regiões) encontramos mais e mais gente morta pelo tufão", declarou John Ging, membro do departamento humanitário das Nações Unidas, na sede da organização.
As equipes de limpeza estão tendo trabalho para retirar os montes de cabos, árvores e toneladas de escombros das estradas para liberar a passagem dos caminhões com comida, água potável e tendas de campanha.
Precisamente, a escassez de bens de necessidade primária criou um clima de histeria entre os sobreviventes, que estão famintos e sem nada para beber e perambulam pelas estradas da região.
O porta-voz da Defesa Civil do país, Reynaldo Balido, declarou que o restabelecimento da ordem em Tacloban e em outras áreas é uma das "principais prioridades", enquanto a Polícia Nacional e o Exército enviaram reforços ao local para garantir a paz e a ordem na região.
Antes da chegada deste último tufão às Filipinas, o 24º do ano, os meteorologistas tinham alertado que ele poderia ter um efeito ainda mais devastador que o tufão Bopha, que em 2012 deixou quase 2 mil de mortos e desaparecidos.
O desmatamento, a proliferação de jazidas de mineração ilegal, a infraestrutura deficiente e a urbanização desordenada aumentam os efeitos devastadores das chuvas e dos frequentes tufões que atingem as Filipinas durante o período das monções.