A Suprema Corte de Israel abriu nesta quinta-feira um precedente ao ordenar a destruição de um trecho do muro de segurança que o governo levanta em terras palestinas da Cisjordânia ocupada. Trata-se de uma área nas proximidades de Tulkarem, junto ao assentamento judaico de Alfei Menashe, que deixou fechados em um enclave mais de mil camponeses palestinos cujas terras foram desapropriadas para levantá-lo.
O governo e as autoridades militares encarregadas da construção do muro, que terá uma extensão de mais de 600 quilômetros e deixará isolados centenas de milhares de palestinos, terão que buscar outra solução, disseram os juízes na decisão. Apesar da determinação, a Suprema Corte confirmou a legalidade da barreira que, segundo o governo de Israel, tem o objetivo de evitar a atuação de terroristas no território israelense. Para os palestinos, o objetivo é outro: tomar-lhes as terras. Em julho de 2004, a Corte Internacional de Haia condenara o muro, por violar os direitos humanos.
As demandas dos camponeses palestinos foram apresentadas por advogados de várias associações de direitos humanos, que nesta manhã viam na decisão judicial uma vitória de sua gestão e um novo precedente de grande importância para futuras demandas.
A barreira continua sendo umas das maiores fontes de tensão entre israelenses e palestinos desde a retirada dos colonos e das forças do Estado judeu esta semana da Faixa de Gaza, após 38 anos de ocupação. Mais da metade da construção planejada já foi construída. Cerca de 245 mil colonos judaicos vivem na Cisjordânia, lar de 2,4 milhões de palestinos.
Michael Sfard, um advogado israelense que representa os palestinos, comemorou a decisão judicial:
- Esta decisão salva cinco vilarejos da extinção.
O Ministério da Defesa de Israel não se pronunciou sobre o caso e disse que ainda está estudando a decisão da Suprema Corte.
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