“O amor venceu”. Com esta frase publicada no Facebook, o presidente americano, Barack Obama, comemorou uma decisão histórica. Depois de uma votação da Suprema Corte dos Estados Unidos, o casamento entre pessoas do mesmo sexo se tornou legal ontem em todos os estados do país.
O órgão máximo da Justiça americana definiu como inconstitucional qualquer tentativa de banir a união oficial entre pessoas do mesmo sexo. Trata-se da mais significativa mudança de leis sobre matrimônio nos EUA desde que o Supremo pôs fim às barreiras aos casamentos entre pessoas de raças diferentes, há 50 anos.
#LoveWins
No Twitter, a hashtag “#LoveWins” (#AmorVence) ficou nos trending topics durante o dia, reproduzida por milhares de pessoas, entre elas famosos como a escritora J.K. Rowling, a apresentadora Ellen DeGeneres e o cantor Ricky Martin.
“Na formação de uma união conjugal, duas pessoas se tornam algo maior do que eram antes”, escreveu o juiz da Suprema Corte Anthony Kennedy na revisão do tribunal. “Seria entender mal estes homens e estas mulheres dizer que eles desrespeitam a ideia de casamento. (...) Sua esperança é não serem condenados a viver na solidão, excluídos de uma das mais antigas instituições da civilização. Eles pedem igual dignidade aos olhos do lei. A Constituição confere-lhes esse direito.”
Cinco dos nove membros da corte americana determinaram que o direito de se casar é garantido pela 14ª emenda da constituição do país, que engloba todos os cidadãos sem distinção.
A Casa Branca distribuiu por e-mail uma nota de Jim Obergefell, ativista cuja ação para validar o casamento entre pessoas do mesmo sexo em Ohio chegou à Suprema Corte e levou à decisão de ontem.
Obergefell se casou com John Arthur em 2013, após mais de 20 anos de relacionamento. Arthur, que tinha esclerose lateral amiotrófica, morreu três meses depois. O ativista queria que o estado de Ohio colocasse seu nome como “cônjuge” no atestado de óbito de Arthur, mas o estado proibia o casamento gay, o que o levou a entrar na Justiça. Após a decisão de ontem, o ativista recebeu um telefonema do presidente Obama.
Membros do Partido Republicano criticaram a decisão, argumentando que ela fere os direitos dos estados de legislar sobre o tema. O pré-candidato à Presidência Jeb Bush pediu respeito à liberdade religiosa e ao direito de livre consciência.
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