A Suprema Corte dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira que vai examinar o recurso de dois condenados à morte no Kentucky (centro), que alegam que o método de execução por injeção letal é contrário à Constituição.
A corte aceitou considerar os dois casos de condenados à morte em meio a uma crescente controvérsia a respeito da forma com que essas injeções são ministradas.
Alguns argumentam que seu efeito é geralmente lento e doloroso e contrário à proibição constitucional de exercer "castigos cruéis e inusuais".
Utilizada em quase todas as execuções nos Estados Unidos desde o final dos anos 90, a injeção consiste na administração de três produtos: o primeiro faz o condenado adormecer, o segundo paralisa seus músculos e o terceiro provoca o fim dos batimentos cardíacos.
A morte parece pacífica e indolor, mas estudos científicos e a análise de algumas execuções frustradas demonstraram que se o primeiro produto for mal administrado, os dois seguintes são extremamente dolorosos.
Em nome de dezenas de condenados a morte em todo o país, Ralph Baze e Thomas Bowling, dois condenados do estado de Kentucky, recorreram à justiça alegando que este risco de sofrimento se vincula aos "castigos cruéis e inusuais" que a Constituição proíbe.
Depois de ter rejeitado vários recursos similares nos últimos anos, a principal instância judicial aceitou nesta terça-feira estudar o tema e prevê uma audiência para o início de 2008.