A Suprema Corte do Peru aprovou nesta terça-feira (13) o pedido de extradição aos Estados Unidos do ex-presidente Alejandro Toledo (2001-2006), acusado de ter recebido um suborno de US$ 20 milhões da Odebrecht, em um escândalo que salpica outros três ocupantes da cadeira presidencial.
A solicitação, feita em 19 de fevereiro pelo juiz Richard Concepción Carhuancho, foi aprovada de forma unânime pelos cinco juízes da Sala Penal do máximo tribunal peruano, indicou uma fonte do poder judiciário que pediu para não ser identificada.
Agora, o pedido será enviado ao Conselho de Ministros, que deverá formalmente avaliá-lo, antes de ser remetido às autoridades americanas, em um processo que pode demorar cerca de quatro semanas.
Toledo, 71, é acusado de "tráfico de influências, conluio e lavagem de ativos", pelo suposto suborno de US$ 20 milhões que a Odebrecht disse que lhe entregou em troca da licitação da construção de uma rodovia na Amazônia para unir Peru e Brasil.
O objetivo era ganhar a licitação pública para construir uma estrada que uniria portos brasileiros do Atlântico com portos peruanos do Pacífico, cruzando a Amazônia. Toledo inaugurou a estrada em 2006 com o então presidente Lula.
A decisão abre um novo capítulo na saga de um escândalo que também atingiu outros três ocupantes da presidência peruana, incluindo o atual chefe de Estado, Pedro Pablo Kuczynski, que foi primeiro-ministro e ministro da Economia de Toledo.